O rendimento médio mensal real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas foi de 2.205 reais no trimestre de maio a julho de 2018, mas apresenta grandes diferenças em relação ao sexo dos trabalhadores. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Os dados da tabela a seguir mostram que no Brasil como um todo o rendimento médio das mulheres ocupadas equivaleu a 77% do rendimento dos homens ocupados.

Rendimento médio mensal real, habitualmente recebido no mês de referência de todos os trabalhos das pessoas ocupadas, por sexo e diferença de rendimento

Rendimento das mulheres equivale a 77% do que recebem os homens

Nas duas regiões com menores salários essa diferença foi menor, com o salário das mulheres correspondendo a 89% do salário masculino no Norte e 86% do salário masculino no Nordeste. Um dos motivos é a maior proximidade dos rendimentos médios de ambas as regiões do Salário Mínimo, considerado uma espécie de piso da remuneração (mas com exceções no caso do trabalho informal ou mesmo o trabalho intermitente).

Nas regiões com maiores rendimentos, como Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o percentual foi respectivamente de 72%, 74% e 76%, evidenciando também o fenômeno do teto de vidro, em que as mulheres têm mais obstáculos para alcançar salários mais altos nos locais onde empregos condizentes estão disponíveis apesar de ter maior escolaridade que os homens, seja por preconceito, seja por obrigações domésticas como trabalho de cuidado ou trabalho doméstico.

Além disso, as mulheres gastam a maior parte de seu tempo do que os homens com trabalho doméstico e atividades de cuidado não remuneradas, retirando-lhes tempo que poderia ser remunerado no mercado de trabalho/gerar rendimentos, contribuindo também para a redução de seus rendimentos em relação à população masculina.