Duas pesquisas divulgadas essa semana reafirmam a liderança consolidada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições presidenciais deste ano. As pesquisas, dos institutos Ipespe, em parceria com a XP Investimentos, e do DataPoder360, mostram o candidato do PT na liderança (32% na primeira e 30% na segunda), seguido de Bolsonaro (20% e 21%), Ciro Gomes (7% em ambas), Alckmin (7% em ambas) e Marina (7% em ambas).

De acordo com o Ipespe, Lula é o candidato com voto mais consolidado: 29% com certeza votam nele. Cinco candidatos apresentam a mesma rejeição, considerando a margem de erro: Lula e Marina têm 60%, enquanto Ciro, Alckmin e Bolsonaro têm 59%. No caso do deputado Jair Bolsonaro percebe-se nitidamente uma tendência de aumento em sua rejeição. Lula é o candidato com maior potencial eleitoral segundo o Ipespe, de 39%: 29% com certeza votam no candidato do PT e 10% poderiam votar.

O segundo colocado nas pesquisas, Jair Bolsonaro, apresenta dificuldades em alguns segmentos da população. Segundo o Ipespe, o deputado tem 27% das intenções de voto entre os homens e apenas 13% entre as mulheres. Na pesquisa do DataPoder360, tem “um voto feminino para cada três masculinos”, ou seja, 30% entre os homens e 12% entre as mulheres. Possui taxas baixas também entre os eleitores do Nordeste (12%), entre quem recebe menos do que dois salários mínimos (15%) e os eleitores que estudaram até o ensino fundamental (12%).

O segmento no qual Bolsonaro tem melhor desempenho é entre os mais ricos, com 28%. Em sua entrevista ao Jornal Nacional essa semana o candidato acenou para esta parcela do eleitorado: se posicionou, por exemplo, contra os direitos trabalhistas para trabalhadoras domésticas, afirmando que estas não podem mais pernoitar no local de trabalho ou nem ao menos chegar cedo para preparar o café da manhã de seus empregadores.

Neste segmento, nas últimas eleições, era o PSDB quem costumava liderar. A guinada desses eleitores para Bolsonaro demonstra que o PSDB sofre por dificuldades que ele e seus aliados na mídia e no Judiciário criaram: a campanha golpista e antipetista liderada pelos tucanos estimulou o ódio e ideias radicais de direita de uma parcela da população que estava com os tucanos mas os abandonaram. De qualquer forma, com o início do horário eleitoral Alckmin terá o desafio de reconquistar essa fatia do eleitorado para poder viabilizar seu nome na disputa.

`