Está na Pinacoteca de São Paulo até o dia 19 de novembro a exposição “Mulheres Radicais: arte latino-americana, 1960-1985”. O recorte cronológico da mostra circunscreve arte e política em um período marcante para a América Latina, quando diversos países passaram por uma sucessão de golpes de Estado e períodos de autoritarismo, repressão e censura como forma de domínio geopolítico dos Estados Unidos na região. As obras de arte, portanto, dialogam com o contexto vivido na época, trazendo discussões sobre o feminismo, a liberdade de expressão, liberdade de gênero e orientação sexual, fome, miséria e pobreza, entre outros temas.

A exposição é composta por diversas formas de experimentação artística, contém quadros, fotografias, curtas metragens, registros em vídeo de atos artísticos, esculturas, entre outros. Estão presentes obras de aproximadamente 120 artistas de quinze países, incluindo o Brasil. A curadoria é de Cecilia Fajardo-Hill, venezuelana-britânica, e de Andrea Giunta, ítalo-argentina.

Localizada no primeiro andar da Pinacoteca, em um espaço exclusivo composto por diversas salas, a exposição também possui do lado externo, em um corredor, painéis com linhas do tempo da luta feminista e pelos direitos das mulheres de vários países da América Latina, que mostram, por exemplo, a legalização do aborto em Cuba em 1965, com destaque para o papel da revolucionária Vilma Espín, e a prisão da presidenta Dilma Rousseff durante a ditadura militar brasileira.

De acordo com o texto publicado no site da Pinacoteca: “A abordagem das artistas latino-americanas foi uma forma de enfrentar a densa atmosfera política e social de um período fortemente marcado pelo poder patriarcal (nos Estados Unidos) e pelas atrocidades das ditaduras apoiadas por aquele país (na América Central e do Sul), que reprimiram esses corpos, sobretudo os das mulheres, resultando em trabalhos que denunciavam a violência social, cultural e política da época.”. A exposição fica, originalmente, no Hammer Museum, em Los Angeles.
A Pinacoteca está localizada na Praça da Luz, no centro de São Paulo. O acesso por transporte público é fácil, e as estações Luz e Tiradentes do metrô paulista são próximas. A visitação da exposição é das quartas às segundas-feiras, sendo que aos sábados a entrada é gratuita. Nos outros dias os valores são: 6 reais (inteira) e 3 reais (meia).

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