Entre os servidores públicos, o setor que mais gasta com salários é o Poder Judiciário. Nas esferas federal e estaduais, o Judiciário gasta o correspondente a 96% da folha de pagamentos do Poder Executivo Federal, embora tenha apenas um pouco mais da metade do número de funcionários.

A folha de salários judicial supera a soma de todo o Poder Legislativo brasileiro, incluindo senadores, deputados, vereadores e os quadros profissionais que os acompanham.

Os dados podem ser conferidos a partir do cruzamento de dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho. O levantamento inclui todos os ministérios. Autarquias ficaram de fora.

A média salarial dos quadros do Poder Judiciário é de R$ 12.429, a mais alta dentro do funcionalismo público. Essa média aproxima-se daquilo que pode ser considerada a elite dos servidores – cerca de 23% do funcionalismo federal ganha acima de R$ 12,5 mil, segundo dados do próprio governo golpista de Temer.

Salários fazem do Judiciário a elite do funcionalismo

De forma geral, os gastos com a folha salarial dos servidores no Brasil estão sob controle, segundo critérios de regulação estabelecidos pelo próprio poder público. Estão também em conformidade com os padrões internacionais, conforme retratado em reportagem do portal da Fundação Perseu Abramo.

Porém, há distorções na distribuição dos recursos. Distâncias entre o topo e a base da pirâmide são grandes e critérios de remuneração suscitam questionamentos. Por exemplo: um professor de universidade pública em início de carreira recebe R$ 2,2 mil, enquanto um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) recebe de 16,2 mil e R$ 24,1 mil por mês. Cultura e inteligência nem sempre andam juntas.