A primeira Pesquisa Datafolha publicada depois do registro das candidaturas reforça a liderança absoluta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chega a 39% das intenções de votos, vinte pontos acima do segundo colocado, Jair Bolsonaro (PSL), com 19%. O terceiro lugar é disputado por Marina Silva (Rede), com 8%, Geraldo Alckmin (PSDB), 6% e Ciro Gomes (PDT), 5%. Brancos e nulos somam 11% e 3% não sabem. Os resultados consolidam os apresentados pela MDA e Ibope no início da semana, nos quais Lula tinha 37% e, considerando apenas os votos válidos, teria 45%, muito próximo a uma vitória já no primeiro turno.

Em cenário sem Lula, o ranking se mantém, e Jair Bolsonaro alcança 22% das intenções de voto, seguido por Marina, com 16%, Ciro, com 10% e Alckmin com 9%. Fernando Haddad, pelo PT aparece com 4%, empatado com Álvaro Dias, do Podemos. Os brancos e nulos sobem para 22% e 6% não sabem em quem votar.

A possibilidade de migração dos votos de Lula para Haddad é alta, 49% dos entrevistados votariam em um candidato indicado por Lula (31% com certeza e 18% talvez). No entanto o apoio de Lula a Haddad ainda não é claro, metade do eleitorado (51%) não sabe qual candidato Lula apoiará se não puder disputar as eleições e somente 17% mencionam Haddad, outros 10% respondem Marina, que é quem mais herda os votos de Lula, sem ele no cenário, dobrando sua intenção de voto (de 8% em cenário com Lula, para 16% sem ele) e 6% acreditam que Lula apoiará Ciro.

A campanha eleitoral, que se inicia na TV no próximo dia 31, terá a dupla responsabilidade: tornar Haddad conhecido, uma vez que 27% dos brasileiros ainda não o conhecem e 59% já ouviram falar dele. E fazer com que o eleitor saiba que Haddad é o candidato de Lula. Com a baixa rejeição de Haddad (21%) e a força do programa de governo do PT elaborado junto a Lula, essa não será uma missão difícil.

Mais difícil será para Bolsonaro sair do patamar de 20% no qual está estagnado, visto sua rejeição na casa de 39%, a maior entre os candidatos e já ser conhecido por 79% do eleitorado e com pouco tempo de TV terá pouca margem para ampliar seu eleitorado, que é maior entre os que rejeitam Lula e o PT (42%). Vale lembrar que na pesquisa divulgada pelo Ibope no início da semana o PT tem 29% da preferência partidária.

Da mesma forma, Alckmin também encontra dificuldade de sair do patamar de 9% em que está, com 26% de rejeição e sua forte associação ao golpe e ao governo de Michel Temer, o mais impopular da história e cujo apoio faria com que 87% da população não votassem em alguém associado a ele.

Em segundo turno, Lula venceria todos os candidatos, com o melhor resultado sobre Alckmin 53%, contra 29%. Sem Lula, Marina venceria Bolsonaro por 45% a 34% e Alckmin, por 41% a 33%.

O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios entre os dias 20 e 21 de agosto. A margem de erro para esse levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

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