A menina Blanka, de 11 anos, mora sozinha nas ruas de Manila (Filipinas). Sobrevive de esmolas e do furto de turistas. Movida pelo sonho de “comprar” uma nova mãe, ela economiza tudo o que pode e passa a chefiar um grupo de crianças na prática de pequenos delitos. O filme é uma crônica sobre a amizade e as relações de solidariedade que se desenvolvem a partir das dificuldades de quem vive na absoluta miséria. Traz referências culturais, que remetem a outras obras sobre capitais da América Latina, tal como a cidade de Salvador, no romance Capitães da Areia, de Jorge Amado.

A vida da garota começa a mudar quando conhece Peter, um homem de 55 anos, cego e músico, que a ensina a cantar. Movido pelo desejo de construir uma oportunidade de sair das ruas para ambos, Peter a trata como filha e juntos constituem o laço afetivo e familiar que ela tanto desejava. O contato com a música revela um talento peculiar de Blanka e abre um caminho fora da marginalidade para sua vida.

Porém, uma série de percalços coloca a menina em risco novamente, na mira de aliciadores para a exploração sexual. Ela também é confrontada com o machismo, que é marcante mesmo nas relações sociais desenvolvidas nas ruas. Por fim, o seu destino sofre uma nova mudança brusca quando Blanka é ajudada por uma travesti que se prostitui desenvolve com ela uma relação de cuidado e solidariedade.

Em toda a história se observa a desconstrução de preconceitos, uma vez que o público cria empatia com a menina mesmo quando assalta os turistas e ainda com os moradores de rua e com a travesti e prostituta, apresentada como uma personagem solidária.

Ficha técnica:

Filme: Blanka
Ano: 2015
Países: Filipinas, Itália, Japão
Direção e roteiro: Kohki Hasei
Elenco: Cydel Gabutero, Peter Millari, Jomar Bisuyo, Raymond Camacho, Ruby Ruiz

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