O PT registrou a candidatura de Luis Inácio Lula da Silva à presidência da Repúbica, em ato político que reuniu milhares de pessoas vindas de diversos lugares do país, em caminhada pela Esplanada dos Ministérios até o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), em Brasília. O ato demonstrou o desejo do povo de ter Lula novamente como presidente do Brasil e a força política dele, que lidera as pesquisas de intenção de voto, com 31,8%, segundo a última pesquisa do Instituto Paraná, divulgada ontem.

O registro da candidatura foi protocolado no prazo final, às 17h12, e anunciado pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, às 17h47. Além de Gleisi, estavam presentes Fernando Haddad, registrado como vice na chapa, a ex-presidenta Dilma Rousseff, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), que assumirá a vice presidência na chapa quando a situação jurídica de Lula se resolver, candidatos ao governo e ao Senado de diversos estados e centenas de candidatos e candidatas a deputado e deputadas de todo o Brasil.
Fernando Haddad, responsável por falar em nome de Lula, disse que o registro da candidatura foi um “ato de defesa da soberania popular” e leu uma carta enviada pelo ex-presidente, intitulada “Carta aos Brasileiros”.

Tão logo a candidatura de Lula foi registrada no TSE, Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) e candidato a deputado federal pelo DEM, e o ator Alexandre Frota (PSL) registraram pedidos de impugnação. Em seguida, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez outro pedido de impugnação da candidatura de Lula, que será analisado pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do pedido de registro da candidatura de Lula. Segundo interlocutores, o ministro considera a questão institucionalmente relevante para decidir sozinho e deve submeter o caso à análise do plenário do TSE o mais rápido possível.

A partir de agora se inicia uma batalha judicial para o PT manter Lula na disputa e os tribunais superiores definirem sobre sua inelegibilidade, uma vez que e não há nenhum recurso legal que o impeça de concorrer novamente ao Palácio do Planalto. Em sua carta, Lula afirmou: “tenho certeza de que se a Constituição Federal e as leis desse país ainda tiverem algum valor serei absolvido pelas Cortes Superiores.”
De acordo com o TSE, os pedidos de impugnaçção da candidatura de Lula só poderão ser analisadas a partir do próximo sábado (18-08), prazo legal para publicação do edital com o registro de todos os candidatos. Há ainda mais cinco dias corridos para que outros candidatos, coligações partidárias e o Ministério Público Eleitoral contestem o registro de Lula. Após esse prazo, o ex-presidente, o PT ou a coligação ( PT, PCdoB e Pros) devem contestar o pedido de inelegibilidade e apresentar documentos, testemunhas ou requerer novas provas. O prazo final do TSE para analisar essa questão é 17 de setembro.

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