O economista marxista de origem egípcia Samir Amin faleceu no domingo, 12 de agosto, em Paris. Nascido no Cairo, em 1931, foi figura de destaque do movimento antiglobalização desde os anos 1990. Participou ativamente do processo do Fórum Social Mundial, como representante do Fórum Mundial das Alternativas, com sede na Bélgica, e do Fórum do Terceiro Mundo, do Senegal.

Em 1970 publicou A Acumulação em Escala Internacional e, em 1973, O Desenvolvimento Desigual (ambos disponíveis em castelhano), uma atualização das análises do imperialismo na segunda metade do século 20, com ênfase no papel e na dinâmica do subdesenvolvimento dos países do capitalismo periférico.

Sua obra esteve orientada a dar ferramentas para as lutas de libertação nacional do Terceiro Mundo, com uma perspectiva socialista, em particular na África e no mundo árabe. Foi precursor e militante por um marxismo que superasse a perspectiva eurocentrista.
Com o ascenso do neoliberalismo e a globalização, em 1985 publicou o livro A Desconexão (disponível em castelhano), no qual desenvolveu a tese da necessidade de desconectar aos países subdesenvolvidos do mercado mundial e sua divisão internacional do trabalho.

De sua vasta obra, estão publicados em português, entre outros, os seguintes livros:

A Via de Desenvolvimento de Orientação Socialista. Ed. Anita Garibaldi, 2008
Os Desafios da Mundialização. Ed. Ideias & Letras, 2006.
Mundialização das Resistências – O Estado das Lutas, Ed. Cortez, 2003
(co-organizado com François Houtart)
Imperialismo e Desenvolvimento Desigual. Ed. Vértice, 1987
O Futuro do Maoismo. Ed. Vértice, 1986
Classe e Nação na História e na Crise Contemporânea. Ed. Cortez, 1981.
A Crise do Imperialismo. Ed. Graal, 1977.
A Questão Agrária e o Capitalismo. Ed. Paz e Terra, 1977, (com Kostas Vergopoulos).

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