O Paquistão é uma República Parlamentarista e realizou sua mais recente eleição no dia 25 de julho. Esta deu a vitória a Imran Khan, do partido Movimento de Justiça do Paquistão (PTI), que elegeu 109 deputados do total de 342 que compõem a Câmara Baixa (deputados) do país. No entanto, para se eleger primeiro-ministro, necessitou coligar-se com outros partidos menores para formar a maioria necessária de 50% mais um.

Quem estava à frente do governo era o Partido da Liga Muçulmana – Nawaz (PML – N), que apresentou a candidatura de Shahbaz Sharif, irmão de Nawaz Shariff, ex-primeiro-ministro. que atualmente cumpre pena de prisão e ficou em segundo lugar, com 63 cadeiras no Parlamento. Ele denunciou as eleições como fraudulentas, mas recuou depois. O terceiro colocado foi Bilawal Bhutto Zardari, pelo Partido Popular Paquistanês (PPP). Ele é filho de Benazir Bhutto, que foi primeira-ministra do Paquistão por duas vezes, a primeira mulher a exercer esta cargo num país muçulmano, assassinada em 2007.

Além destes três partidos maiores, concorreram 122 candidatos independentes ou por pequenos partidos. Pela primeira vez foi eleito e tomará posse um deputado marxista, Ali Wazir, do grupo “The Struggle” (A Luta), que faz parte da Frente de Esquerda Democrática.

O Senado paquistanês é composto por 104 integrantes escolhidos a partir das assembleias legislativas provinciais e o presidente do país é eleito de forma indireta pelos deputados, senadores e representantes das assembleias provinciais. Seus poderes são, no entanto, limitados.

Imran Khan, um ex-jogador de críquete que deu o campeonato mundial deste esporte ao Paquistão em 1992, em seu discurso de vitória mencionou suas propostas de relações internacionais apontando para a intenção de chegar a um acordo de paz com a Índia em torno da disputa pela Caxemira, de fortalecer as relações com a China e de retomar as relações com os Estados Unidos em torno de “benefícios mútuos”, apesar de os EUA, no começo de 2018, terem suspendido o apoio financeiro que davam ao Paquistão, principalmente na área militar, o que foi justificado pelo presidente Donald Trump com a frase “chega de sermos enganados”, pois o apoio era para combater a Al Qaeda e o Taliban, e as forças armadas paquistanesas nem sempre cumpriram este papel.

Quem governa de fato o Paquistão são suas forças armadas, que diversas vezes destituíram os governantes civis por meio de golpes. Um deles, o general Muhammad Zia – ul – Haq, derrubou o primeiro-ministro Zulficar Ali Bhutto, pai de Benzazir, em 1977, mandou enforcá-lo dois anos depois e permaneceu à frente do governo até 1988, quando morreu num atentado. Outro golpista mais recente que, inclusive, visitou Brasil em 2004, o general Pervez Musharraf, permaneceu à frente do governo entre 2001 e 2008. Consta que Khan possui boas relações com os integrantes das forças armadas, condição sine qua non para governar.

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