100 anos de Antonio Cândido, um intelectual que pensou o País
Nesta terça-feira (24) comemora-se os 100 anos de Antônio Cândido, o mais destacado crítico literário, sociólogo e ensaísta de seu tempo. Um pensador cuja obra é traduzida e discutida nos círculos intelectuais de diversos países. Morto há pouco mais de uma ano, ele será homenageado em um evento da Fundação Perseu Abramo, a partir das 18 horas.
A história de Antônio Cândido foi marcada só por sua frutífera produção acadêmica, mas também pela luta por um Brasil mais justo e solidário. Cândido foi um dos principais pensadores da fundação do PT, em 1980. E não só isso: percorreu o país, elaborou programas de governo e ajudou a moldar as diretrizes do partido ao longo das décadas.
Também presidiu o Conselho Curador da Fundação Wilson Pinheiro, primeira instituição de formação e pesquisa criada pelo partido, e colaborou destacada e permanentemente com a Fundação Perseu Abramo.
O ativismo político de Cândido começara décadas antes, na luta contra autoritarismo no Estado Novo e na ditadura militar. Um autêntico humanista, foi um dos que se posicionou contra o golpe à presidenta Dilma Rousseff.
Na crítica literária, destacou-se ao antecipar a compreensão da literatura como uma das expressões de nossa cultura em Formação da Literatura Brasileira, sua obra mais conhecida e indicada a acadêmicos dos cursos mais diversos. Embora consagrado pela atuação nesse universo, Cândido se debruçou sobre várias outras questões nacionais. Em quase oitenta anos de atuação, falou também sobre a vida no campo, modernização do país, cultura popular, sociologia e filosofia.
Era considerado o último representante vivo da geração que revelou Mário de Andrade, Sergio Buarque de Holanda e outros pensadores compromissados com o Brasil.
De Thais Reis, da Agência PT de Notícias.
Foto por Marcos Santos/USP Imagens