Depois do estrondoso tombo de 3,34% no mês de maio registrado pelo indicador antecedente do PIB calculado pelo Banco Central (IBC-Br), não surpreendeu a reação da imprensa financista apontando o dedo para os onze dias de paralisação dos transportes. De um modo geral, interpretaram o tombo como um ponto fora da curva e rapidamente voltaram a prenunciar o retorno da retomada.

Entretanto, a contar pelo que sugere o mais recente Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) calculado pela FGV, a atividade econômica no país registrou um novo recuo no mês de junho (agora já sem crise dos combustíveis!), com uma leve oscilação negativa de 0,1% em relação a maio. Embora o número em si não seja expressivo, o que preocupa é que o principal responsável pela queda do IACE foi o recuo de 4,5% observado no Índice de Expectativa do Consumidor – um dos oito sub-índices que compõem o indicador da FGV. Considerando que o consumo das famílias tem sido a única variável da demanda agregada que vinha indicando algum fôlego nos últimos meses, é de se supor que de fato deveremos fechar o segundo trimestre do ano em banho-maria e tendo que conviver mais algum tempo com a insistente turma dos devotos do eterno retorno.

 

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