Andres Manoel López Obrador e seu partido Movimento de Regeneração Nacional (Morena) sagraram-se vencedores nas eleições quase gerais ocorridas em 1º de julho. Além da Presidência da República, estavam em disputa os governos de nove dos 31 estados mexicanos, bem como de seu Distrito Federal – Cidade do México –, as câmaras de deputados estaduais, o Senado Federal, a Câmara de Deputados Nacionais e prefeituras.

Embora os números não estejam precisos ainda devido à contagem manual dos votos, já está clara a projeção da vitória de López Obrador para presidente com mais de 50% dos votos, reconhecida inclusive pelos seus adversários, embora no México não exista o mecanismo de dois turnos nas eleições. A primeira colocação na votação é suficiente, mesmo sem alcançar 50% mais um dos votos válidos. A coalizão “Juntos Faremos História” formada pelo Morena, Partido do Trabalho (PT) e Movimento Cívico, este um partido mais conservador, estão conquistando a maioria nas casas legislativas em disputa e candidatos do Morena deverão ser eleitos governadores, pelo menos, em quatro estados e no Distrito Federal, neste caso, pela primeira vez será uma mulher, Claudia Scheinbaum, deslocando o Partido da Revolução Democrática (PRD) deste posto que ocupou desde 1997, inicialmente com Cuauthémoc Cárdenas e depois, entre 2000 e 2005, com o próprio López Obrador.

As demais candidaturas presidenciais foram as de Ricardo Anaya pela coalizão do Partido da Ação Nacional (PAN) com o PRD que deverá obter pouco mais de 20% dos votos, de José Antonio Meade do governista Partido da Revolução Institucional (PRI) coligado com o Partido Verde Mexicano com aproximadamente 16% dos votos e um quarto candidato, sem partido, Jaime Rodríguez, ex-governador do estado de Nuevo Leon, apesar das suspeitas de ter falsificado a lista de assinaturas necessárias para registrar a candidatura. Ele não chegou a 10% dos votos.

No entanto, a posse do novo presidente somente ocorrerá daqui a cinco meses, em 1º de dezembro, o que justifica a cautela com que López Obrador tem se pronunciado quanto à política que empreenderá, embora tenha deixado claro que o Estado será um elemento indutor do desenvolvimento e que governará para todos, mas com preferência para os mais humildes e esquecidos, em particular os povos indígenas. O que para o segundo maior país da América Latina e na atual conjuntura mundial de crise não é pouca coisa.

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