Desde o golpe de 2016, o desemprego do total de ocupados cresceu três vezes mais (1,8 pontos percentuais) do que o desemprego dos ocupados com ensino superior (0,6 pp). No entanto, a remuneração real destes trabalhadores melhor escolarizados reduziu-se em 0,5% (de R$ 4.922 no segundo trimestre de 2016 para R$ 4.896 no primeiro trimestre de 2018), ao passo que a do total de ocupados cresceu 3,2% (de R$ 2.103 para R$ 2.169 no mesmo período).

Estes resultados demonstram algumas fragilidades do mercado de trabalho atual: profissionais mais escolarizados executando funções dos com menos instrução, e/ou jovens recém formados substituindo profissionais também com nível superior, mas de maior experiência, para ganharem salários menores.

Mas esta prática que os atuais rumos da economia gera ocorre de forma muito mais gritante em alguns estados da federação. Na tabela a seguir pode-se perceber que na Bahia, por exemplo, o crescimento da taxa de desemprego total é cerca de 8,8 vezes maior do que a dos ocupados com ensino superior (aumento de 2,6 pp contra 0,3 pp). Os outros dois estados com maior disparidade são o Espírito Santo e Alagoas, onde esta proporção é de 6,1 vezes (1 pp contra 0,16 pp) e 5,1 vezes (3,8 pp contra 0,74 pp) respectivamente.

Em Alagoas, inclusive, enquanto a remuneração total cresceu 1,1% (de R$ 1.384 para R$ 1.400), a dos trabalhadores com ensino superior decaiu em 15,9% (de R$ 3.811 para R$ 3.206). Cerca de oito estados apresentaram redução da remuneração superior a 7% do segundo trimestre de 2016 ao primeiro trimestre de 2018, enquanto apenas dois apresentaram aumento salarial para este público específico acima deste patamar. Foram eles Bahia (+18,7%) e Rondônia (+15,1%). A maior queda na remuneração dos ocupados com ensino superior concluído se deu no Piauí, em 22,8%, onde o salário foi de R$ 4.246 para R$ 3.278 desde o golpe.

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