Da Redação da Agência PT de Notícias com Bahia.ba

O Partido dos Trabalhadores lamenta a perda de um dos políticos mais destacados de seu tempo. Faleceu na manhã desta sexta-feira (22) o baiano Waldir Pires, ex-governador da Bahia e ex-ministro-chefe da Controladora-Geral da União e da Defesa nos governos Lula.

O Partido dos Trabalhadores, em nota assinada pela presidenta Gleisi Hoffmann, destacou o legado de Waldir e sua contribuição para o Brasil. “Indicado ministro da Controladoria-Geral da União, em 2003, iniciou a implantação do moderno sistema de controle e transparência dos gastos públicos, do qual o país dispõe hoje, e considerado um dos melhores do mundo”, traz a nota.

Já na casa dos 90 anos de idade, Waldir participou ativamente da campanha em defesa do presidente Lula contra a perseguição da Lava Jato.

A presidenta eleita Dilma Rousseff lamentou a morte do ex-governador. “O Brasil perde um de seus mais valorosos e combativos filhos, um homem comprometido com a democracia e o povo brasileiro. É um dia triste para todos aqueles que lutamos e sonhamos com um Brasil mais justo”.

O ex-governador Jaques Wagner também prestou suas condolências. “O Brasil perde um de seus mais valorosos e combativos filhos, um homem comprometido com a democracia e o povo brasileiro. É um dia triste para todos aqueles que lutamos e sonhamos com um Brasil mais justo”.

Uma vida em defesa da democracia

Pires deu os primeiros passos na política quando ainda cursava a Faculdade de Direito em Salvador. Em plena efervescência da Segunda Guerra Mundial, liderou o Movimento Antinazista.

Aos 24 anos, já graduado com honras, foi nomeado secretário no governo de Régis Pacheco no início da década de 50, e eleito deputado estadual quatro anos mais tarde. Escolhido líder da maioria na Assembleia Legislativa baiana, conseguiu a aprovação das leis que criaram o Banco de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, a Companhia de Telefones da Bahia, a Comissão de Planejamento Econômico, o Fundo Agroindustrial e a Companhia de Armazéns e Silos do estado.

Em 1963, foi convidado pelo então presidente João Goulart para ocupar o cargo de consultor-geral da República, no qual assumiu as análises e pareceres da juridicidade e da constitucionalidade das leis de Remessa de Lucros e Dividendos e da lei de Reforma Agrária, entre outras.

Exílio e retorno à vida pública

O golpe de 64 o obrigou a pedir asilo político no Uruguai. Ao lado de Darcy Ribeiro, Pires foi o último membro do governo a deixar o Planalto quando a tomada pelos tanques era inevitável, e ambos embarcaram em um monomotor rumo ao país vizinho.

Depois de uma temporada na França, onde fora indicado para lecionar Direito Constitucional Comparado e Ciências Políticas em Dijon e em Paris, ele volta ao Brasil em 1970 e, após a queda do AI-5, retoma seus direitos políticos e retorna para a vida pública.

Após uma derrota anterior, Pires seria eleito governador da Bahia nas eleições de 86, derrotando ACM. Renuncia dois anos mais tarde, em 1988, para assumir a vice-presidência na chapa com Ulysses Guimarães.

As eleições de 98 marcaram outro grande retorno de Waldir Pires à política. Então candidato a deputado federal, ele foi eleito com a maior votação registrada no estado. Quatro anos mais tarde, após uma disputa pelo Senado, é convidado por Lula para assumir a chefia da Controladora-Geral da União (CGU).

Candidatou-se a uma vaga no senado em 2002, ao lado de seu companheiro de chapa Haroldo Lima, perdendo para ACM, que voltou à Câmara Alta após o escândalo do painel eletrônico que pouco antes o fizera renunciar. Assume o Ministério da Defesa no segundo mandato do ex-presidente.

Waldir Pires despediu-se da vida pública na capital baiana, como vereador, entre 2013 e 2016.

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