As medidas de austeridade implementadas pelo governo do Brasil desde 2015 com o apoio do FMI e do Banco Mundial têm impactado em especial os direitos das mulheres. É o que discute artigo de Grazielle David (do El Instituto de Estudios Socio-económicos (Inesc) publicado pelo Bretton Woods Project, no qual critica a cristalização desse projeto com a Emenda Constitucional (EC) 95 (popularmente conhecida como Teto de Gastos), no governo Temer, conhecidamente um governo de homens brancos e ricos.

Segundo a autora, desde a vigência da EC 95, gastos que beneficiam as mulheres caíram 58%. Para a autora, uma solução mais justa em termos de gênero para o déficit fiscal poderia ter compreendido uma reforma tributária, pois mulheres tendem a pagar mais impostos em relação à renda que homens, dada a regressividade do sistema tributário brasileiro, o que é o caso em especial para mulheres negras, o grupo demográfico mais pobre no Brasil. “Se em vez de cortes no orçamento social o governo tivesse realizado reformas tributárias progressistas, como mudar o peso dos impostos do consumo para a renda e riqueza, o resultado poderia ter sido muito mais justo”, argumenta a autora.

 

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