Ciro Gomes, pré-candidato à presidência da República pelo PDT, negou estar tratando de uma possível aliança com vistas à disputa eleitoral com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM). Ciro afirmou que a prioridade de aliança do PDT é com o PSB e o PCdoB, “pela hegemonia moral e intelectual dos partidos”, e a preferência da aliança com o PSB, partido ao qual já foi filiado e que não tem candidato ao Planalto.

Ciro negou existir qualquer negociação em andamento com o DEM e o PP para a eleição presidencial, mas reafirmou sua amizade com dirigentes do DEM e que a sua relação com Maia é antiga e de respeito, mas que não pediria apoio ao DEM agora porque Maia é o atual candidato à presidência do partido. No entanto, não vê dificuldade em estabelecer um entendimento sobre o Brasil, abrindo caminho para um acordo no futuro.

As declarações de Ciro geraram certo mal-estar com o DEM e o PP, que também cogitava um possível acordo. Para amenizar esse mal-estar, Cid Gomes (PDT-CE), irmão do pré-candidato, manteve a reunião marcada com os dois partidos (PP e DEM) para esta quarta-feira (13). O PDT vinha tentando manter em sigilo esse encontro, com receio de que uma aproximação do PDT com legendas de direita atrapalhe as negociações de aliança com o PSB e PCdoB.

Ciro afirma se preparar para gerir um projeto “sustentado por amplas forças do centro à esquerda”, mas não recusa apoios. Precisa de tempo de tevê, estrutura de campanha, palanques regionais de outros partidos e governabilidade depois da eleição. Por outro lado, necessita manter a coerência programática, o que seria questionável em uma aliança com o DEM, que diverge da posição de Ciro sobre a reforma trabalhista e de como trata Temer, a quem Ciro chama de ilegítimo, que ascendeu depois de um golpe parlamentar que foi apoiado pelo DEM.

O PSDB de Alckmin tratou de aproveitar o mal entendido entre PDT e DEM e publicou no instagram possível apoio do DEM afirmando que o líder do partido na câmara, deputado Rodrigo Garcia, declarou que “as decisões a favor do apoio à candidatura de Alckmin já estão em 80% e que daqui a algumas semanas teremos boas novidades”. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, também afirmou em evento em Londres que o PSDB deve unificar as candidaturas de partidos de direita, entre elas a de Rodrigo Maia (DEM), Álvaro Dias (PODEMOS) e Flávio Rocha (PRB). Alckmin marcou uma conversa com Maia para hoje (13) e tenta fechar agenda com Paulinho da Força (SD).

Nesse momento pré-eleitoral, os partidos de direita querem apoiar um candidato competitivo para garantir cargos no próximo governo, mas, nesse momento, são principalmente os candidatos que precisam do apoio desses partidos, sobretudo Ciro e Alckmin, que não ultrapassam 6% das intenções de voto, segundo a última pesquisa de do Datafolha. Enquanto isso, o PT reafirma a candidatura do ex-presidente Lula, que mesmo preso injustamente desde abril mantém 30% das intenções de voto.

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