Já é tradição: todo sábado antes da Parada do Orgulho LGBT ocorre a caminhada de lésbicas e bissexuais, na mesma Avenida Paulista da marcha festiva de domingo. As mulheres optaram há dezesseis anos a botar a luta por sua visibilidade na pauta e na rua de forma diferenciada do conjunto da Parada.

O tema da Caminhada LésBi fala muito sobre essa diferenciação. “Somos Marielle, contra a criminalização da pobreza, o genocídio e a intervenção militar” foi o que decidiram apresentar. As falas iniciais relembraram o fato de a vereadora Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro há quase três meses, e ainda um crime contra uma mulher negra, lésbica e periférica sem resposta, representa muito para este momento.

Retrocessos na sociedade, alto índice de violência cotidiana contra mulheres e negras, desemprego seletivo em muitos casos, ausência de políticas públicas específicas, destruição de direitos e da própria democracia. Estas foram as pautas levadas para a rua por meio de cartazes, poesia, músicas e embaladas pelo samba certeiro do bloco Siga Bem Caminhoneira.

Este ano, para comemorar mais um ano de resistência (a Caminhada é auto financiada com recursos conseguidos por meio de festas, eventos, coletas online de contribuição, venda de camisetas), retornou ao seu trajeto inicial: concentração na Praça Oswaldo Cruz e caminhada até o Masp.

Na concentração a presença era diversa. Segundo as organizadoras, cerca de 1.500 pessoas participaram da Caminhada com presença de mulheres de outros estados, representantes de partidos de esquerda, jovens e militantes feministas. Palavras de ordem feministas cheias de bom humor além das tradicionais e, como não poderia deixar de faltar, Lula Livre e Marielle Vive.

A Caminhada ocorre como forma de afirmar a presença, existência e resistência das mulheres. Este é o motivo de fazerem sua atividade antes da Parada, que até onde consta, além de não apoiar financeiramente não participa de forma alguma.

A organização da Caminhada ainda irá se manifestar sobre o desfecho lamentável, novamente com a postura violenta da Polícia Militar que lançou mão do uso de gás de pimenta e cassetete contra as manifestantes.

O Partido dos Trabalhadores realizou uma cobertura especial da Semana do Orgulho LGBT.
Fernanda Estima, enviada especial da Agência PT de Notícias

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