Em 2015, sob o comando do todo poderoso Joaquim Levy, a economia brasileira seguiu deliberadamente por uma rota recessiva, à qual – é importante lembrar – era vista pela ortodoxia econômica brazuca como necessária para recolocar preços e salários em um patamar equilibrado. Produziu-se assim a maior recessão de nossa história, com o PIB per capita caindo mais de 10%, o investimento baixando para o seu menor patamar dede 1947 e o desemprego aberto alcançando quatorze milhões de trabalhadores.

Não bastasse o desastre, porém, o espantoso é que aquela mesma trupe ortodoxa continuou insistindo em suas teses etéreas para justificar o aprofundamento das medidas liberalizantes que nos arremessaram à lona. Por conta da insistência, alcançamos outro lastimável recorde negativo: a mais lenta recuperação econômica de que temos notícia no país.

No gráfico abaixo, onde são comparadas as três mais graves recessões do Brasil pós-industrialização (a da crise da dívida externa, a do Plano Collor e a atual), fica explícita a calamidade na qual nos encontramos. Não apenas a recente queda do PIB foi a mais aguda das três crises, como em qualquer dos cenários previstos para os próximos anos (“cenário provável”: crescimento de 1,5% em 2018 e 2,5% em 2019; “cenário otimista”: crescimento de 2,5% em 2018 e 3,5% em 2019) a saída da crise parece ainda muito distante.

Se não houver uma combinação virtuosa entre um contexto externo mais favorável e uma mudança radical na orientação da política econômica, que reestabeleça a protagonismo do setor público e se oriente pelos interesses da maioria, na melhor das hipóteses só retomaremos o patamar produtivo de 2014 no ano de 2020. Resta perguntar ao povo até onde vai a tolerância com tanto tempo de carestia.

A contar pelos últimos acontecimentos relacionados à política de preços da Petrobras, parece haver pouca disposição para continuar aceitando uma política econômica mercadista, que tudo faz pelos rentistas (acionistas em geral e acumuladores de títulos da dívida pública) e deixa à deriva quem depende do trabalho e da produção para tocar suas vidas.

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