Na segunda-feira, dia 14 de maio, foi inaugurada a embaixada dos EUA em Israel, na cidade de Jerusalém. O ato de mudar a maior representação política dos americanos em solo israelense de Tel Aviv para uma cidade sagrada também para os palestinos causou tensões na região e gerou protestos. Cerca de 55 manifestantes palestinos morreram e mais de 2000 ficaram feridos devido às ações do exército sionista.
A mudança ou, em outros termos, o reconhecimento de que Jerusalém é a capital de Israel, foi anunciada por Donald Trump no final do ano passado e, desde então, alguns atores internacionais, como por exemplo a Liga Árabe, tem alertado para uma possível escalada das tensões na região por causa disso. O próprio Hamas, que hoje controla a Faixa de Gaza, disse que, caso a mudança fosse concluída, iria provocar uma nova intifada (revolta).

Vale lembrar que desde de março de 2018 vem acontecendo a chamada “Grande Marcha do Retorno”, que é uma manifestação feita pelos palestinos contra, basicamente, a tomada de suas terras por parte de Israel. Seu término estava previsto para 15 de maio, que é aniversário de setenta anos do confisco de território da Palestina para a criação do Estado israelense, ou seja, a mudança da embaixada ocorreu um dia antes, em meio a protestos que vinham se desenhando há quase dois meses.

Além disso, outras duas ações de aproximação entre EUA e Israel deixaram a comunidade internacional em alerta e causaram inquietações no Oriente Médio: a saída dos americanos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por considerarem que este órgão estava favorecendo os palestinos por causa da aprovação de uma resolução que criticava a restrição, feita pelos israelenses, ao acesso de muçulmanos em um lugar sagrado em Jerusalém; e a recente quebra, por Trump, do acordo nuclear com o Irã depois que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que tinha provas de que os iranianos não estavam cumprindo sua parte – o que, no final, mostrou-se ser mentira.

Essas questões, junto com a mudança da embaixada, mostram mais uma vez que Trump é imprudente em sua política externa. O que se pode esperar é um crescimento das tensões no Oriente Médio e um clima de belicosidade entre os países da região, fatos que estão longe da tão sonhada paz. Ademais, é importante dizer que, ao reconhecer Jerusalém como capital somente de um Estado e, portanto, de uma religião, a judaica, os Estados Unidos estão apagando toda a importância simbólica que a cidade possui para os palestinos e sua luta que, ao fim e ao cabo, é legítima.

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