Depressão e crueldade nos romances policiais escandinavos
Têm se destacado na literatura mundial diversos autores escandinavos de romances policiais que têm vendido milhões de livros, sendo que alguns deles foram publicados no Brasil como os dos suecos, – ambos já falecidos – Henning Mankel e Stig Larson, pela Companhia das Letras e mais recentemente do norueguês Jo Nesbo pela Editora Record. Entretanto, com alguns livros em versões apenas de português de Portugal, há também o dinamarquês, Jussi Adler-Olsen e um casal sueco, Alexander Andhoril e Alexandra Coelho Andhoril, que escrevem juntos sob o pseudônimo Lars Kepler.
O que os diferencia de escritores de romances policiais mais antigos e conhecidos como, por exemplo, Agatha Christie, Edgar Wallace e Alan Poe, é, em primeiro lugar, o ambiente escandinavo que, particularmente, no inverno pode se tornar extremamente deprimente e essa depressão perpassa vários desses romances. Segundo, os assassinatos normalmente são extremamente cruéis na sua forma, ou seja, não há uma avalição moralista sobre os fatos, é a sociedade como ela é, composta por policiais com seus defeitos, o submundo do crime, mentes perturbadas e interesses econômicos e políticos em jogo também. Ao contrário dos policiais de Agatha Christie que esclarecem os crimes e identificam os criminosos no último capítulo, nos romances escandinavos, os culpados podem ser revelados antes, mas a sua detenção, possíveis cúmplices e as explicações sobre as razões dos crimes e como foram executados é que ficam para a gran finale.
Todos eles criaram personagens que por si só, já conquistam o público como o Inspetor Wallander de Mankel que tem problemas com a família, o inspetor alcóolatra Harry Hole de Nesbo, entre outros. Várias destas publicações foram também transformadas em filmes como a série Wallander na Netflix onde cada episódio relata um dos livros de Mankel, A mulher enjaulada de Adler-Olsen, na versão cinematográfica em Portugal e o imperdível Os homens que não amavam as mulheres, tanto na versão sueca quanto na versão norte-americana do primeiro livro de Stig Larson.
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