O preço da traição
A prisão de Lula, determinada pelo jagunço do Império, liberou, definitivamente, o assalto ao Brasil, como poucas vezes se viu em nossa história. Se nos tempos de Tiradentes, a espoliação foi brutal, hoje ganha contornos ainda mais graves. Não se trata apenas de “privatização”, estão transferindo infraestruturas estratégicas, como o sistema Eletrobras, para outros países, outros Estados.
Apesar da dificuldade nacional em entender isso, mesmo entre as lideranças, o golpe é “americano”, patrocinado pelo sistema financeiro e agências externas. O mais grave de tudo isso, no entanto, é que tal assalto aos interesses nacionais conta com o patrocínio interno, aberto ou velado. O sistema judiciário, partidos políticos, a Rede Globo e, por último, até mesmo as Forças Armadas, se alinharam ao ataque externo.
O que explica, por exemplo, as Forças Armadas desrespeitarem a sua missão constitucional número um, que é defender a soberania do país? E o Judiciário render-se às ordens do Departamento de Estado dos Estados Unidos e a suas “teorias” jurídicas? E a mídia, em especial a Rede Globo, transformar seu noticiário e jornalistas em mísseis e “mariners” a serviço dos bancos?
As instituições nacionais estão falidas, como se tivessem sido atingidas pelas bombas que os Estados Unidos jogaram sobre a Síria. Não sobrou “pedra sobre pedra” de nenhuma delas, o que impõe que passem por mudanças profundas e radicais. O judiciário tem de ser eleito de alto a baixo, a mídia precisa ser regulada com rigor e as Forças Armadas devem retomar suas funções de defesa da Nação.
Quando do impeachment, alertamos que diversos setores iriam para o lixo da história, caso abdicassem dos interesses nacionais. “Se ainda não entenderam, esta é a última valsa dos traidores e vende-pátrias”, dissemos, lembrando que o Brasil jamais seria uma colônia norte-americana. Pois, ao que parece, amplos segmentos institucionais, econômicos e políticos resolveram cavar sua sepultura.
O que estão fazendo ao Brasil e aos brasileiros é um crime de lesa-pátria pelo qual, mais cedo ou mais tarde, pagarão muito caro. Aos poucos, as pessoas estão entendendo o papel de cada um na história, quem está do lado de quem. E a reação popular nesses casos, é bom que saibam disso, fará com que cada traidor lembre de Joaquim Silvério dos Reis, de quem não sobrou sequer o túmulo.
Diferente de outros momentos, inclusive do golpe de 64, os Estados Unidos e o sistema capitalista mundial não têm nada a oferecer. O golpe é de saque das nossas riquezas, de destruição das forças produtivas, de escravização dos trabalhadores. Alinhar-se, ou render-se aos Estados Unidos e ao sistema financeiro é mais do que ilusão, é covardia cívica ou traição nacional, ou as duas coisas.
Ilude-se, portanto, quem acha que impedirá que o “fio da história” siga seu caminho, como definiu José Dirceu. “A roda da história começa a mover-se e, destes conflitos vindouros, o futuro dos povos e nações estará em jogo”, dissemos no texto “O fim do mundo unipolar“, de Felipe Camarão. Portanto, senhores golpistas e traidores, sejam bem-vindos à antessala da segunda Guerra Brasílica – popular, anticolonial e antiimperialista.
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