Lei não é para todos: investigação de Alckmin vai para Justiça Eleitoral
A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Nancy Andrighi, decidiu no dia 11 de abril que a investigação contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin deverá ser enviada para a Justiça Eleitoral paulista. Alckmin é acusado de ter recebido dez milhões de reais da empreiteira Odebrecht via caixa dois nas campanhas de 2010 e 2014. O fato contradiz o discurso da militância de direita, na qual se incluem setores da imprensa: estes justificam a discrepância entre a perseguição aos petistas e a blindagem dos tucanos e aliados com o fato dos segundos terem foro privilegiado, o que não é mais o caso de Alckmin. Por acusações relativas a doações de campanha da mesma empreiteira a senadora Gleisi Hoffmann, por exemplo, é investigada por corrupção no STF. Para Alckmin, a acusação que envolve um valor dez vezes maior é tratado apenas como caixa dois.
A decisão contrariou o pedido da Procuradoria-Geral da República, que solicitava o envio da ação para a primeira instância, pois Alckmin renunciou ao governo do estado para concorrer à presidência da República. A decisão da ministra do STJ, no entanto, não enviou a investigação contra Alckmin para a força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo. Em suas redes sociais, a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann destacou: “A falta de isenção de decisões judiciais no Brasil está ficando insuportável”.
Tal fato é mais um demonstrativo de que os processos judiciais envolvendo políticos no Brasil estão longe de serem isentos, pois possuem lado e preferência partidária. Enquanto prendem o ex-presidente Lula sem provas e com tempo recorde nos julgamentos para tirá-lo das eleições, os processos tramitam com morosidade e sem pressão de movimentos supostamente contra a corrupção, permitindo que esses políticos se mantenham no governo apesar de denúncias ou se vejam livres para disputar a Presidência. É preciso defender a Constituição e a legalidade para que a justiça no Brasil seja isenta, e o campo democrático-popular está empenhado nessa tarefa, unificado sob luta pela liberdade de Lula e de seu direito de ser candidato, pois cabe ao povo e não às togas decidir sobre o processo político.
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