Povo vai a São Bernardo resistir com Lula
O processo ilegal e sem provas movido contra Luiz Inácio Lula da Silva chegou a sua fase mais alarmante nessa quinta-feira (5), quando o juiz de primeira instância Sérgio Moro desrespeitou o devido processo penal e decretou a prisão do ex-presidente. Indignados com essa medida de exceção, milhares de pessoas se dirigiram a São Bernardo do Campo, berço do Novo Sindicalismo, para resistir junto com Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Parlamentares, lideranças sindicais e de movimentos sociais realizaram um grande ato no início da noite de quinta, denunciando o caráter arbitrário, violento e golpista do pedido de prisão do ex-presidente Lula.
Milhares de cidadãos defensores da democracia acompanharam os discursos emocionados, defendendo a resistência não só de Lula, mas da democracia. As lideranças de diferentes setores de esquerda se revezavam para falar ao público, que permaneceu em vigília durante toda a noite.
De caráter suprapartidário, o ato demonstrou a união das esquerdas em torno da defesa de Lula e da democracia, e contra essa nova fase do golpe. Estiveram presentes representantes do PT, Psol, PCdoB, PCO, MTST, CUT, Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), entre outros grupos.
A presidenta eleita Dilma Rousseff esteve presente, lembrou que Lula foi reconhecido como o maior líder de sua época e afirmou que “o que eles querem é impedir que o Brasil seja novamente respeitado, como foi no governo do presidente Lula e no meu.”
“Quero dizer para vocês que ficam aqui: tenham certeza que o presidente Lula é uma pessoa íntegra, forte, corajosa, e que poucos de nós saberão perfeitamente enfrentar esse momento com a coragem e a tranquilidade que tem os inocentes”, afirmou a presidenta.
O senador Lindbergh Farias fez questão de ressaltar a dimensão do momento histórico vivido. “Daqui 30 ou 40 anos cada um de nós vai dizer: eu estava lá. Nós estamos na frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Lula foi presidente do sindicato, aqui foi onde começou tudo.”
Ele afirmou que as elites nunca aceitaram tudo que Lula fez pelo povo brasileiro e destacou que “a defesa do presidente Lula tinha até terça-feira para entrar com recursos, mas Moro ficou com medo e ele se antecipou. Sérgio Moro é um covarde”.
A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que a Constituição foi rasgada no maior período consecutivo de democracia que o Brasil já teve. “A democracia foi rasgada por um juiz que não entende o que é democracia, um juiz que não conhece o povo, que não conhece o Brasil.”
“Quando cheguei aqui fui tomada por uma emoção muito forte por ver a força de vocês, dos movimentos sociais, dos movimentos sindicais, dos professores, de todos vocês”, afirmou Gleisi. “Esse juiz Sérgio Moro só tem uma explicação para ele, é obsessão e raiva do presidente Lula, ele não é juiz, é um militante político. Ele assumiu um lado nessa história, se fosse imparcial não agia como age. É patológico o ódio que ele tem da esquerda.”
A pré-candidata do PCdoB Manuela D’Ávila contou que veio diretamente de Porto Alegre para participar da mobilização e defendeu que “Lula vale a luta, nós seguiremos lutando pela democracia, resistiremos à entrega do Brasil comandada por esses golpistas. Lula vale a luta porque tem a cara do Brasil e do povo brasileiro”.
Ela afirmou que a democracia foi desrespeitada pelo Supremo Tribunal Federal quando negou habeas corpus a Lula e disse: “nós resistiremos com nossas cabeças erguidas, cada uma e cada um, porque a nossa luta em defesa de Lula é a defesa da democracia, da liberdade, do Brasil e do povo brasileiro”.
O pré-candidato do Psol, Guilherme Boulos, destacou que “querem prender o Lula, é um absurdo, uma injustiça. Por isso dizemos que hoje estar nesse sindicato contra a prisão do Lula é estar do lado da democracia brasileira, é estar do lado certo da história.”
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