Na noite de ontem, terça-feira, o comandante do Exército Brasileiro, General Eduardo Villas Boas, fez grave ameaça em suas redes sociais à já fragilizada democracia brasileira. De acordo com o general, o Exército se mantém atento às suas missões institucionais e compartilha os anseios “de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”.

Se estivesse atento ao papel constitucional das Forças Armadas, o general não pressionaria um Poder da República em relação ao julgamento de habeas corpus do ex-presidente Lula nem  manifestaria uma visão política, menos ainda uma que seja parcial, visto que não houve manifestação do general sobre a compra de deputados para livrar Temer de denúncias ou em relação ao golpe de 2016. A declaração do comandante do Exército foi lida em rede nacional pela Rede Globo de televisão, rememorando uma relação que há 54 anos gestou um regime ditatorial que durou mais de duas décadas.

O ocorrido demonstra que o clima de ódio criado pela Globo contra Lula e o PT e a irresponsabilidade de Temer ao trazer de volta para o cenário político as Forças Armadas com a intervenção no Rio de Janeiro podem desembocar num cenário sombrio e num rompimento institucional. A manifestação de Villas Boas contou com apoio declarado do General Freitas, comandante militar do Oeste, e pelo general Miotto, ex-comandante militar da Amazônia. O segundo, em seu apoio, utilizou o grito de guerra “Aço”” e a frase “Brasil acima de tudo”, slogan do candidato de extrema-direita e a favor da intervenção militar Jair Bolsonaro.

De acordo com nota assinada pela presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e os líderes das bancadas do partido no Senado e na Câmara, Lindbergh Farias e Paulo Pimenta, “não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas ”. Segundo a nota, a rede Globo historicamente é anti-democrática, e em 1964 incitou generais contra o presidente João Goulart: “Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.”.

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