Juventude dos EUA protesta contra política de Trump
Em mais de oitocentas cidades nos Estados Unidos e em algumas ao redor do mundo, como Berlim e Roma, no dia 24 de março, a juventude estadunidense levantou sua voz contra a lei que permite o porte de armas. Os protestos, denominados March For Our Lives (Marcha por nossas vidas), reuniram quase um milhão de pessoas e foram compostos em grande parte por estudantes do ensino médio e fundamental que, devido ao crescimento dos tiroteios em massa nas escolas, sentem medo no ambiente escolar e demandam mais segurança de um governo que não os representa.
O estopim para a marcha foi o ataque à escola de Parkland, na Flórida, que deixou dezessete mortos e doze feridos em fevereiro deste ano. O atirador foi um jovem de dezenove anos com tendências fascistas. Porém, as causas para a fúria dos jovens vão mais além. Desde a posse do governo Donald Trump, os números de tiroteios em massa vêm crescendo exponencialmente, e o presidente está longe de aplicar alguma medida para conter isso. Afinal, um dos seus maiores apoiadores é a Associação Nacional do Rifle.
Uma das esperanças, ainda que fraca, era que fossem aplicadas restrições mais duras ao porte de armas no orçamento do país aprovado um dia antes dos protestos, em 23 de março. Mesmo que este tenha pontos claramente contra políticas defendidas por Trump, como a decisão de não financiar a construção do muro entre os Estados Unidos e o México, o orçamento não mencionou nenhuma medida significativa para o controle de armas.
A proposta de Trump ao problema foi armar os professores, principalmente, aqueles que têm experiência nas guerras do Afeganistão e Iraque, o que, além de ser uma resposta estapafúrdia, poderia até aumentar os riscos para os estudantes, pois nem todos que participam destes conflitos retornam mentalmente sãos para casa.
Diante desse cenário, a alternativa da juventude foi protestar nas ruas para tentar sensibilizar a opinião pública e os meios políticos. Claramente o governo de Trump não representa esses jovens. Na realidade, quem se sente representado pelo presidente e por suas políticas são os atiradores, que, em sua maioria, possuem o perfil “homem, branco de extrema-direita”, assim como os manifestantes de outro protesto, bem diferente deste que ocorreu no final semana, o dos neonazistas que tomou as ruas do país em agosto de 2017.
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