O documentário O Processo, da diretora Maria Augusta Ramos, que retrata os bastidores do golpe jurídico-político sofrido pela ex-presidenta Dilma Rousseff, obteve grande repercussão na imprensa europeia, após ser apresentado em cinco sessões do Festival de Berlim.

Sempre com sessões lotadas, e com aplausos durante todos os créditos finais, a produção recebeu o prêmio do público, onde mais de 26 mil espectadores votaram, na terceira colocação de melhor documentário (“3. Platz Panorama Publikums-Preis”). A agência de notícias britânica Reuters publicou matéria sobre o filme detalhando e expondo trechos da entrevista com a diretora Maria Augusta Ramos, onde ela destaca algumas consequências negativas do golpe para a sociedade brasileira atualmente, indicando que a democracia do país está “doente”, e que o golpe continua, pois o povo brasileiro que deseja votar em Lula talvez não concretize essa vontade.

O jornal berlinense Der Tagesspiegel menciona o documentário e o relaciona a uma recente onda de filmes sobre novos direitos e fascismo histórico. Pontua o quão são ameaçadores à democracia e à sociedade movimentos como os relatados por estes filmes, os relacionando a chegada ao poder de partidos e políticos autoritários em vários países europeus e Estados Unidos.

A revista cultural e literária alemã Perlentaucher trouxe um extenso e enaltecedor artigo sobre o filme, onde conta, criticamente, grande parte do processo de impeachment da ex-presidenta. A mesma também expõe as acusações de corrupção a Eduardo Cunha e Michel Temer, e define a professora de Direito Janaina Paschoal, como a versão brasileira, só que mais neurótica, da norte-americana Sarah Palin.

O site alemão do Instituto Goethe publicou entrevista com Maria Augusta e sintetizou que o documentário mostra o teatro político do Senado brasileiro. A versão online da revista italiana Close-up, especializada nas temáticas de cinema e audiovisual, rotula os bastidores jurídico-políticos retratados no documentário como kafkianos, e, apesar de indicar que o mesmo é um pouco mais longo do que deveria, o trata como denso e apaixonante.

Por enquanto o acesso ao documentário pode ser adquirido online no site do Festival de Berlim. Posteriormente O Processo deve ser apresentado em salas de cinemas brasileiros.

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