Em entrevista para a rádio Itatiaia, em Belo Horizonte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a intervenção federal decretada por Michel Temer tem como principal objetivo uma estratégia eleitoral do presidente golpista para se credenciar à disputa pelo Planalto nas eleições deste ano. Utilizando-se de um recurso extremo para interferir na Segurança Pública do Rio de Janeiro, Temer estaria disputando o eleitorado mais conservador que defende medidas extremas para lidar com o assunto, que hoje tendem a votar no deputado federal Jair Bolsonaro.

Após o naufrágio da Reforma da Previdência, segundo Lula, Temer precisava de alguma medida que viabilizasse sua candidatura. De acordo com uma pesquisa do Datafolha realizada em janeiro, Temer, no momento, não tem condições de ser cabo eleitoral para nenhum candidato, pois 87% das pessoas não votariam em alguém indicado por ele. De acordo com o ex-presidente, “Temer está encontrando um jeito de ser candidato. E ele achou que a intervenção no RJ fosse a oportunidade para pegar os eleitores do Bolsonaro.”

O único legado que o governo golpista tem é o desastre que foi e continua sendo o desmonte de direitos, o desemprego e a redução da renda da população. A ausência de algo positivo e popular para defender nas eleições dificulta a unificação da direita e do centro golpista em torno de um candidato. Com isso, ocorre a atual incerteza de qual será o principal candidato do campo.

O uso eleitoreiro de uma medida que põe o Exército nas ruas e suspende o pacto federativo é absurdo. Com tal medida, fica mais difícil fazer uma discussão séria e profunda sobre a crise na Segurança Pública no país e suas soluções.

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