O tradicional Forum Econômico Mundial em Davos na Suíça ocorreu entre 23 e 26 de janeiro. O evento, como de costume, reuniu vários líderes globais e para representar o Brasil, o governo golpista enviou Michel Temer e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Além deles, o prefeito de São Paulo, João Doria Jr., não deixou de aproveitar a ocasião e também compareceu ao Forum. Os três defenderam políticas parecidas, que se resumem em enxugar a máquina estatal e apostar na iniciativa privada.

O tom geral do Forum foi de rechaço ao protecionismo e a busca de reafirmação do multilateralismo, devido, principalmente, às iniciativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao Brexit. No entanto, Trump fez em Davos um discurso moderado em comparação às suas falas mais recentes, ressaltando a importância que o investimento direto tem para a economia do seu país. Ao mesmo tempo, reiterou que sua política de tornar “os EUA grandes novamente” beneficiaria o resto do mundo.

A comitiva brasileira somou-se àqueles que defendem o livre-comércio e o mercado como impulsores do desenvolvimento. E isso passaria pelas reformas trabalhista e da previdência, com as quais esperam diminuir o Estado e dar mais espaço para a iniciativa privada no Brasil. Ambas reformas foram enaltecidas por Temer em seu discurso. Apesar disso, o golpista foi questionado sobre a justiça e a corrupção e em resposta afirmou que o sistema judiciário brasileiro funciona com perfeição dando segurança para quem quer investir no país.

Parece que agora, ao invés de esquecer o nome de países, Temer esqueceu que seu governo é fruto de um golpe dado com a ajuda do judiciário e que seu nome está envolvido em escândalos que envolvem malas de dinheiro e áudios sobre crimes.

Doria Jr. e Meirelles seguiram o líder. O prefeito esteve em Davos apresentando projetos de privatizações na cidade de São Paulo, leia-se vendendo patrimônios da cidade. O ministro deu uma declaração insustentável, ao dizer que após anos de isolamento o Brasil estaria “agora abrindo sua economia”. Nos anos a que se refere criticamente Meirelles, ou seja, durante os governos petistas, o país formou blocos como a UNASUL e a CELAC, além do BRICS e do IBAS, e incentivou o fortalecimento do MERCOSUL. E, durante este período, além de ampliar a participação brasileira no comércio mundial, na OMC, – a principal organização comercial internacional -, o Brasil se fortaleceu, formando o G20 comercial e ganhando disputas importantes, como por exemplo, contra os EUA nos casos do suco de laranja e do algodão.

Resumindo, o que querem vender lá fora é um cenário favorável para a iniciativa privada e para as especulações dos agentes financeiros que beneficiam o 1% da população mundial e nacional, e com prejuízos cada vez maiores para a maioria da população, os 99%. E, para isso, não abrem mão de artimanhas e malabarismos discursivos.

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