Mais um gol contra da dupla Temer e Meirelles
Desde que Temer iniciou sua jornada golpista, seu governo não faz outra coisa senão retribuir em múltiplos às mãos invisíveis que lhe colocaram no trono. Desincumbido de observar a soberania popular, entregou o país aos representantes do “mercado” enquanto assiste impávido ao desmonte das instituições nacionais.
Setenta anos de construção institucional, de árduo esforço de desenvolvimento econômico, de louváveis avanços rumo a um Estado de Bem-Estar Social foram jogados às feras num curtíssimo intervalo de tempo: o pré-sal, os direitos dos trabalhadores, as políticas sociais, o BNDES, as reservas indígenas, os programas habitacionais, os médicos de saúde da família, a valorização do salário mínimo, entre muitos outros. Nunca antes na história desse país se desfez tanto como nos últimos vinte meses.
Apesar disso, para espanto dos sabujos, o “mercado” quer mais, sempre mais! Na noite desta quinta-feira a agência de classificação de risco S&P rebaixou a nota do Brasil de BB para BB-, o que significa que descemos mais um degrau na escala, afundando ainda mais na zona do grau especulativo de baixa qualidade.
Na prática, isso não impacta em nada a vida daqueles que perderam os direitos trabalhistas e que entregam o sangue em trabalhos precários e intermitentes para atender aos caprichos da diminuta “turma da bufunfa”. Na pior das hipóteses, caso uma das outras duas agências de classificação de risco resolva seguir a S&P, haverá um aumento do custo de crédito externo para os agentes que pretendem investir no país, mas isso é um problema quase irrelevante diante daquela maré de destruição praticada pelos golpistas.
Na ponta do lápis, quem realmente mais tem a perder com o rebaixamento é o Ministro Meirelles, cuja candidatura à presidência da república poderia agora ser rebaixada à zona CCC, isto é, de alto risco e baixo interesse. À grande maioria dos brasileiros, todos que não fazem parte da “turma da bufunfa”, cabe manter a atenção para que o mal humor da S&P não seja utilizado como argumento para a aprovação da reforma da previdência.