2018, Ano Karl Marx: obra continua no centro do debate
Em 5 de maio de 1818, nasceu Karl Marx, na cidade de Treveris, Alemanha. Há duzentos anos de seu nascimento, sua obra intelectual e política continua no centro de muitos dos principais debates do século 21. E não somente nos espaços das esquerdas e das classes subalternas, mas também entre os burgueses e seus intelectuais, todos tentando entender o capitalismo e seus impasses atuais.
Depois de três efemérides importantes para a esquerda em 2017 (150 anos da publicação do livro O Capital, de Marx, cem da revolução russa e cinquenta da morte do Che Guevara), a deste ano nos estimula a discutir o conjunto da obra do fundador do socialismo moderno e da principal teoria crítica do capitalismo. Para realizar a tarefa, temos farto material publicado (vídeos, livros, registro de cursos) e novos esforços editoriais estão a caminho.
Para uma primeira aproximação sobre a personagem e sua obra, se recomenda o filme O Jovem Marx, dirigido pelo haitiano Raoul Peck, disponível gratuitamente e com legendas em português nas redes. O filme conta sua trajetória até meados do século dezenove, de jovem intelectual radical a revolucionário comunista, e a importância que teve para esse desenvolvimento sua parceria com Friedrich Engels, dois anos mais jovem que ele.
Mas, há hoje mais livros de Marx e/ou Engels traduzidos em português brasileiro disponíveis do que em qualquer outro momento da história. Nessa tarefa sobressaem os esforços realizados pela Editora Expressão Popular e pela Editora Boitempo, ambas de São Paulo, que vêm publicando as principais obras dos dois autores com novas traduções e apresentações que apontam para sua atualidade.
Para além dos textos originais, é de interesse também a discussão em torno da recepção das ideias de Marx no Brasil, assim como seu desenvolvimento dentro das esquerdas do país. O maior esforço nesse sentido foi a coleção em seis volumes História do Marxismo no Brasil (João Quartim de Moraes, Org.), relançada em 2007 pela Ed. da Unicamp.
Também desperta interesse a busca por discutir o legado de Marx no Brasil para além das recepções tradicionais. Entre outros: Marx Selvagem, de Jean Tible (Ed. Annablume), Chayanov e o campesinato, organizado por Horácio Martins de Carvalho (Ed. Expressão Popular), Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva, de Silvia Federici (Elefante Ed.), e Brasil em preto e branco: o passado escravista que não passou, por Jacob Gorender (Ed. Senac).
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