Últimos indicadores econômicos do ano desanimam
Depois do frustrante resultado do PIB no terceiro trimestre (+0,1%), as mais recentes pesquisas de atividade econômica vêm apontando que provavelmente teremos um quarto trimestre com números ainda mais decepcionantes, indicando que sequer o voo de galinha que vinha sendo anunciado pelo mercado como “retomada do crescimento” se concretize.
Além da desaceleração da produção industrial revelada pela última PIM/IBGE – que registrou uma variação positiva de apenas 0,2% na passagem de setembro para outubro, o volume de vendas no comércio varejista registrou uma inesperada contração em outubro no comparativo com o mês de setembro (-0,9), o que corresponde ao pior resultado para um mês de outubro desde 2008, época em que o mundo enfrentava o pânico da crise financeira dos Estados Unidos. Já no conceito do “varejo ampliado” (que inclui as vendas de veículos automotores, suas partes e peças e materiais de construção) a queda foi ainda mais acentuada (-1,4%), interrompendo uma série de quatro meses com crescimento positivo.
Por fim, a mais recente pesquisa de atividade divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMS), relativa ao setor de Serviços, registrou em outubro quedas expressivas, tanto no comparativo com o mês imediatamente anterior (-0,8%) quanto frente ao mês de outubro de 2016 (-0,3%). Assim, devido ao quarto mês seguido de números cadentes, o setor que tem o maior peso no PIB brasileiro e que responde por mais de dois terços dos empregos do país acumula uma perda de 3,7% nos últimos doze meses e de 3,4% entre janeiro e outubro do presente ano.
Por tudo isso, as recentes projeções que vinham apontando para um crescimento do PIB em 2017 entre 0,91% (Boletim Focus) e 1,1% (Ministério da Fazenda) muito provavelmente deverão ser frustradas pela anemia que parece ter se disseminado na economia brasileira neste último trimestre.
Resta torcer para que em 2018 novos horizontes se abram à sociedade brasileira e que, com isso, a desastrosa ortodoxia que tem guiado nossa economia seja definitivamente abandonada.
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