Apesar da reforma ministerial que reduziu espaço do PSDB no governo e priorizou partidos do centrão, o governo golpista precisará de votos tucanos para aprovar a Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Por ser uma PEC, são necessários 308 votos em dois turnos de votação. Para atender a demanda do centrão por cargos que eram do PSDB, o governo loteou a pasta das Cidades. No entanto, tais alterações se traduzem mais na manutenção de votos de deputados que já eram fiéis a Temer do que numa ampliação substancial da base aliada que garanta a aprovação da Reforma da Previdência sem que precise do PSDB, que ainda ensaia o desembarque do governo.

Excluindo o PSDB da conta, o governo teria 330 votos se conseguisse apoio integral de todos os partidos que não são da oposição composta por PT, PSOL, PDT, PSB, PCdoB e REDE. A divisão nos partidos, no entanto, reduz substancialmente essa margem, e a ausência de unanimidade nas bancadas comprometem essa conta: No PP, que encabeçou a exigência pelo Ministério das Cidades, estima-se que quarenta dos 46 apoiem o Planalto, e no PSD, apenas quinze dos 38. Na votação da segunda denúncia, o PR ofereceu apoio de apenas 66% de sua bancada, o DEM 69%, O PTB 77% e o Solidariedade 57%, por exemplo. Na conta dos 330, estão inclusos o PPS e o PHS, que deram a maior parte de seus votos contra Temer na segunda denúncia, apenas 11% e 14% de apoio, respectivamente, mas podem dar alguns votos pela Reforma.

Dono da terceira maior bancada da Câmara (46 votos), o PSDB pode ser novamente o fiel da balança se as bancadas dos partidos aliados do governo golpista não conseguirem fechar questão em torno de uma proposta tão impopular como a Reforma da Previdência. O partido, defensor de medidas arrocho e que vem aplicando tais medidas junto de Temer, no entanto, tenta se descolar do governo visando as eleições de 2018, e não se sabe se conseguirá garantir a unanimidade em torno da proposta de desmonte da Previdência Social.

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