No último domingo, 26 de novembro, um dia depois do aniversário de um ano da morte de Fidel Castro, os cubanos foram às urnas para as eleições municipais que elegeram delegados a partir dos bairros. Estas eleições deram início à escolha dos representantes legislativos em diferentes níveis e culminarão na escolha de um novo presidente do país, provavelmente em fevereiro de 2018.

Como em Cuba não há oposição política sólida e o voto não é obrigatório, as eleições funcionam como uma espécie de termômetro para avaliar a popularidade do Partido Comunista de Cuba (PCC) e, apesar de toda crítica feita no cenário internacional de que o país caribenho seria uma ditadura ferrenha e sanguinária, a participação popular deixa as “democracias liberais” no chinelo, pois quase 86% da população apta a votar compareceu ao pleito, enquanto nos países europeus, por exemplo, este comparecimento mal chega a 60% em média.

Outro ponto que vale a pena ressaltar sobre os números das eleições cubanas é que as mulheres eleitas representaram mais de 35% do total dos delegados. Uma porcentagem ainda baixa, entretanto, muito maior se compararmos com o Brasil, onde o número de vereadoras não chega a 15%.

Os delegados eleitos para a Assembleia Municipal ficarão no cargo por dois anos e meio. Ao longo do mandato, deverão aprovar as candidaturas para os delegados da Assembleia Provincial e estes, por seu turno, os da Assembleia Nacional que, por fim, elegerá o novo presidente do Conselho de Ministros e do país após quase sessenta anos de governo revolucionário.

O nome mais cotado para substituir Raúl Castro é o do atual vice-presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez. Se confirmado, será o primeiro nascido depois da Revolução Cubana a ocupar o cargo. Engenheiro elétrico e professor universitário, Díaz-Canel desde cedo já participava dos eventos partidários e foi líder nacional da juventude do PCC. No período recente, teve atuação política importante no setor da educação. Foi nomeado ministro do Ensino Superior em 2009 e, em 2012, se tornou vice-presidente do Conselho de Ministros para a Ciência, Educação, Esportes e Cultura.

Cuba possui outros líderes que também eram apostas para governar no lugar de Raúl Castro. Porém, mesmo com uma postura mais discreta, Díaz-Canel se sobressaiu. Um dos fatores que explicam isso são suas características pessoais, pois é avaliado por pessoas próximas como despojado e empático em relação às demandas da população.

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