Na seção Golpe contra o Estado desta edição de novembro, o Boletim de Análise da Conjuntura analisa o decreto 9188/2017, que traz um novo conjunto de normas com o objetivo de padronizar e acelerar o processo de privatização das empresas estatais. O ponto mais controverso do decreto é a substituição das licitações pelo acompanhamento feito por comissões montadas pelas pró- prias estatais em venda. Sob o pretexto da segurança jurídica, abre-se uma janela para grupos de pressão, conflitos de interesse e tráficos de influência.

Na parte Internacional, são analisados os resultados das eleições gerais no Chile. Contrariamente às expectativas da direita, seu candidato Sebastián Piñera, apesar de ter ficado em primeiro lugar, obteve resultado aquém do esperado para garantir sua vitória no segundo turno, que deve acontecer em 17 de dezembro. Traz também informações sobre o Encontro Continental em Defesa da Democracia e Contra o Neoliberalismo, ocorrido de 16 a 18 de novembro, em Montevidéu, Uruguai, convocado por um amplo leque de movimentos sociais de todas as Américas.

A seção de Política e Opinião Pública trata das táticas do governo golpista para conseguir aprovar mais um retrocesso, a Reforma da Previdência, além de uma Medida Provisória promulgada e enviada ao Congresso Nacional para alterar aspectos do desmonte das leis trabalhistas promovida pelo mesmo governo.

Em Social, desdobra-se uma análise do mercado de trabalho ainda em um cenário anterior à ado- ção da Reforma Trabalhista, com uma taxa de desemprego que caiu, mas permanece em patamares superiores aos que o país tinha antes da crise, e com ampliação da precarização do trabalho.

Na seção de Economia, estuda-se o nível de atividade da econômica, que sinaliza alguma melhora nos setores que estão atrelados às vendas para o mercado externo ou àqueles que atendem à demanda por bens e serviços das famílias. Mas, apesar do bom resultado das exportações de automóveis, as manufaturas brasileiras continuam perdendo espaço no mercado mundial, em preocupante tendência de desindustrialização. Além disso não se percebe uma retomada dos investimentos, o que mantém a economia na “banguela”, embalada por um ou outro suspiro de curta duração.

A análise Territorial mostra que o governo Temer aumenta a desigualdade de renda entre negros e não-negros, que vinha sendo reduzida nos governos anteriores. Em apenas cinco trimestres, a desigualdade cresceu na mesma proporção que os governos neoliberais dos anos 1990 o fizeram em uma década. Hoje os trabalhadores negros ganham cerca de 55,2% do que ganham os trabalhadores não-negros.

A seção de Comunicação trata do declínio da inserção do Brasil nas análises e no noticiário internacional a partir da votação da segunda denúncia contra Michel Temer. Jornalistas estrangeiros mantêm, contudo, uma visão mais crítica da política brasileira em relação à cobertura local, como se observa ao longo dos últimos meses. Traz também uma análise das manifestações de usuários das redes sociais a respeito do golpe ou intervenção militar, que teve um crescimento no feriado da Proclamação da República.

Em Movimentos Sociais mostra-se que a opinião pública dá sinais de adesão ideológica às pautas progressistas. O engajamento político, no entanto, não acompanha esse processo de adesão: disputar narrativas parece ser o grande desafio das mobilizações.

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