O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi aclamado à presidência do partido na última segunda-feira (27) e deve assumir o comando da sigla pelos próximos dois anos, em 9 de dezembro, durante a convenção nacional do PSDB, em Brasília.

A decisão põe fim à disputa entre o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, que evidenciou a fragmentação do PSDB e teria reflexos na construção das alianças partidárias na campanha de 2018. Alckmin representa uma solução para a crise interna do PSDB, que quase implodiu após Aécio Neves (MG), destituir Tasso do comando interino e substituí-lo por Alberto Goldman.

Tasso demonstrou disposição de abrir mão da candidatura desde que Perillo fizesse o mesmo. Ambos desistiram das candidaturas em favor de um nome de consenso que unificasse o partido. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se lançou como candidato único ao comando tucano, com apoio do presidente interino do partido, Alberto Goldman, e de Fernando Henrique Cardoso, que participou ativamente nos últimos dias da construção do consenso.

Ao assumir o comando da legenda, com o discurso da unidade partidária, Alckmin busca também se fortalecer como o principal nome do partido para a disputa da presidência da República. Outros nomes aventados pela sigla foram o do prefeito de São Paulo, João Doria, que recuou, e o do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Alckmin não vê incompatibilidade em presidir o partido e disputar prévia pela candidatura à presidência da República.

Na relação com o governo, o governador de São Paulo não mobilizou os deputados da bancada paulista do PSDB na Câmara para rejeitar as denúncias da PGR contra Temer. No entanto, aliados avaliam que ele vem reconstruindo o diálogo com Temer nos últimos meses, participando de uma série de agendas públicas com ele.

Alckmin defende a aprovação da nova versão da Reforma da Previdência pela Câmara: “apoiaremos as propostas do governo, todas as medidas de interesse do país” e, embora o PSDB não tenha fechado questão, deve orientar os deputados a votarem pela aprovação da reforma, mas não punirá quem votar contra.

Quanto à participação do PSDB no governo, sua posição segundo ele, “nunca mudou”. “Sempre achei que PSDB não devia ter entrado” e defende que a sigla desembarque do governo. Espera-se que essa decisão seja tomada na convenção do partido. Caso isso ocorra, os ministros do partido, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty) e Luislinda Valois (Direitos Humanos) devem deixem os cargos.

Segundo Goldman, esse momento representa o início da transformação do PSDB no polo do centro no País. “O PMDB pode ser um aliado, mas é muito difícil dizer se o PSDB vai fazer uma campanha defendendo a gestão Michel Temer… O certo é que não estaremos com o PT nem com um candidato à direita com estilo próximo ao fascismo, como é o Bolsonaro”.

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