Para tentar aprovar a Reforma da Previdência e reorganizar sua base de apoio, o governo golpista deu início às trocas nos ministérios, atendendo pedidos de partidos que cobravam mais cargos para seguir votando com Temer. Com a saída do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) do Ministério das Cidades, o Planalto anunciou o nome do deputado Alexandre Baldy para a pasta. Baldy era filiado ao Podemos, ex-PTN, mas foi desfiliado do partido, que alegou que o cargo era incompatível com sua posição de independência em relação ao governo. Baldy pode se filiar ao PP, que reivindicou a pasta. O novo ministro das Cidades foi apontado em uma CPI em 2012, que investigava as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos, como “menino de ouro” do bicheiro.

Com a mudança, cargos de segundo e terceiro escalão dentro do ministério devem ser loteados para os demais partidos do Centrão, bloco parlamentar que reúne partidos fisiológicos e parlamentares conservadores da bancada evangélica, ruralista e da bala. A principal reivindicação do Centrão foi sobre os cargos que eram ocupados pelo PSDB, como o ministério das Cidades: segundo o bloco parlamentar, enquanto os seus parlamentares eram fiéis ao governo golpista, os tucanos ensaiavam desembarque do governo, apesar dos quatro ministérios que ocupava na Esplanada.

O centrão e o PMDB cobram do novo ministro das Cidades que reveja a construção de novas unidades do Minha Casa Minha Vida, anunciadas pelo ex-ministro, sob o argumento de que Araújo teria beneficiado  estados e municípios governados pelo PSDB ou pela oposição. O centrão cobra, portanto, que as unidades sejam redistribuídas para os seus próprios redutos eleitorais.

Com a reforma ministerial, o Planalto espera conseguir angariar votos dentro do Congresso Nacional para aprovação da Reforma da Previdência. O texto deverá, apesar disso, sofrer alterações que tornem o conteúdo menos impopular, diminuindo o custo político de se apoiar um desmonte da aposentadoria às vésperas de uma eleição. Para ser aprovada, por ser uma Proposta de Emenda Constitucional, são necessários 308 votos em 2 turnos de votação na Câmara e no Senado.

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