Recuperação da economia? Só se for na terra do Xi
Pelo terceiro mês consecutivo o setor de serviços voltou a registrar contração. Na passagem do mês de agosto para setembro o volume total das atividades do setor encolheu 0,3%, contribuindo assim para um resultado ainda bastante negativo no terceiro trimestre de 2017 (-3,0%). No comparativo com o mesmo mês do ano passado, a queda também foi intensa (-3,2%), enquanto no acumulado dos últimos doze meses o declínio chegou a 4,3%.
Entre os principais grupos de atividade que contribuíram para o decepcionante resultado de setembro estão os de serviços de informação e comunicação (-1,8%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,2%), isto é, justamente aqueles mais diretamente associados às atividades empresariais. Já os serviços prestados às famílias (+5,9%) e as atividades de transportes e correio (+0,3%) foram os destaques positivos do mês – o primeiro provavelmente reflete algum alívio na renda das famílias e/ou maior acesso ao crédito, enquanto o segundo decorre do bom momento vivido pelo setor exportador brasileiro.
Em suma, contrariando o discurso fantasioso do planalto que três dias atrás soltou rojões por conta de um tímido crescimento do consumo de 0,5% no mesmo mês, tudo indica que seguimos rastejando no fundo do poço. Depois da profunda recessão que atravessamos, com queda do PIB per capita em torno de 11%, é muito provável que estejamos às vésperas de alguma recuperação cíclica. Mas ela tem tardado para engatar, frustrando até mesmo os mais pessimistas. Quem sabe no mês que vem.