O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que ocupava o Ministério das Cidades, pediu demissão do governo Temer no dia 13 de novembro, segunda-feira. O fato ocorreu em meio à crise interna do PSDB, que ainda não decidiu se desembarcará ou não do governo golpista, e às negociações do Planalto com a base aliada por uma reforma ministerial. Partidos do centrão cobram do governo cargos que estão com o PSDB, partido que chegou a dar mais votos contra Temer que a favor do mesmo na segunda denúncia da PGR, arquivada pela Câmara dos Deputados.

Com a saída de Araújo, o Ministério das Cidades deve ser loteado entre os partidos fisiológicos e conservadores que compõe o centrão. O ex-ministro havia sido convocado pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados para explicar um suposto direcionamento de políticas como o Minha Casa Minha Vida para redutos eleitorais tucanos. Agora, os cargos do ministério devem ser distribuídos entre o PP, PTB, PRB, PR, PSD, PSC e outros partidos menores, e um nome de consenso deve ocupar a pasta. Atualmente o centrão ocupa seis ministérios no governo federal: Saúde, Agricultura, Transportes, Indústria, Ciência, Tecnologia e Comunicações, e Trabalho.

Espera-se que até dezembro o governo conclua a reforma ministerial e distribua cargos para o centrão. O PSDB possui, agora, três ministérios: Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo, ocupados por Aloysio Nunes (PSDB-SP), Luislinda Valois (PSDB-BA) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

Em sua carta de demissão, Bruno Araújo destacou que não possui apoio suficiente dentro do PSDB para que continuasse no cargo de ministro das Cidades. A estratégia do partido em sair do governo, se isso se concretizar, é puramente eleitoral, visto que programaticamente os tucanos possuem compromisso e concordância com a agenda de retirada de direitos, ajuste fiscal, desmonte do Estado e entrega do patrimônio nacional para empresas estrangeiras. Devido a extrema impopularidade do governo e de suas medidas, a ala que defende a saída, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, creem que o PSDB pode ser afetado nas eleições de 2018 se continuar fiel a Temer.

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