Ataques colocam em pauta porte de armas nos Estados Unidos
Os Estados Unidos estão vivendo um ano sangrento com frequentes tiroteios em seu território. No mês passado, ocorreu o pior ataque com arma de fogo da história recente do país e, na última semana, mais dois episódios em cidades diferentes tomaram conta do noticiário. Entretanto, para o presidente Donald Trump, esses eventos não possuem ligação com a discussão sobre a lei que permite o armamento de civis.
No começo de outubro um homem branco de nacionalidade estadunidense, Stephen Paddock, abriu fogo contra mais de 22 mil pessoas que estavam apreciando um festival de música country em Las Vegas. Entre elas, 58 foram mortas e mais de 500 ficaram feridas. Na ocasião, Trump atribuiu o motivo do ataque a um suposto desequilíbrio mental do atirador, chamando-o de doente e demente.
Na última semana, ocorreram mais dois ataques a tiros no país. Ambos feitos também por homens com o mesmo perfil de Paddock. O primeiro, na quarta-feira (1/11), deixou três mortos no supermercado Walmart na cidade de Denver. Quatro dias depois, no domingo (5/11), o ex-membro da Força Aérea, Devin P. Kelly, invadiu uma igreja batista no Texas e matou 26 pessoas. Em relação ao último, Trump culpou novamente a saúde mental do atirador.
O que Trump faz ao apontar como motivo dos ataques somente os supostos problemas mentais dos atiradores é tentar tirar a lei de armas do foco das discussões. Nos EUA, o porte de armas é garantido pela Segunda Emenda da Constituição de 1791 e sua aquisição não tem grandes empecilhos, sendo proibida somente quando o comprador tem antecedentes criminais.
Com o aumento do número de ataques e de vítimas, o debate acerca de uma possível lei de desarmamento se intensifica. Porém, Trump dificilmente proporia uma lei assim, já que durante sua campanha foi apoiado pela principal lobista de armamento nos EUA, a Associação Nacional de Rifles. Além disso, seu partido, o Republicano, é historicamente favorável ao porte de armas e ao fortalecimento da indústria bélica.
No entanto, é evidente que a restrição à posse de armas nos EUA é uma das medidas necessárias para reduzir a incidência destes ataques que já criaram fama e deram margem a documentários importantes como o Tiros em Columbine, do diretor Michael Moore.
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