Após a grande vitória do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) de Nicolás Maduro na eleição para governadores de estados no último 15 de outubro, na qual o PSUV elegeu dezoito dos 23 postos em disputa, a oposição representada pela coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD) parece estar indo de mal a pior com crescente racha entre seus membros.

Mesmo antes da eleição, o MUD já se mostrava com divergências internas. Uma parte dos membros queria participar dela e a outra, liderada pela ex-deputada Maria Corina Machado, defendia o boicote pois, em sua concepção, participar seria reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Vale lembrar que a ANC foi convocada por Maduro como uma saída democrática para o período de confrontos intensos em que a Venezuela estava vivendo entre chavistas e a oposição.

Agora o racha se intensifica com a saída do MUD do líder nas manifestações oposicionistas, Henrique Capriles, depois que quatro dos cinco governadores eleitos pela coalizão decidiram tomar posse perante a ANC e reconhecê-la, pois Maduro se recusou a dar posse para aqueles que não a aceitassem. Um argumento que faz sentido, já que se não for considerada legal a ANC, que viabilizou as eleições, os cargos dos governadores também não seriam legais. O único que ficou de fora foi Juan Pablo Guanipa, do Primeiro Justiça, o mesmo de Capriles, eleito no estado de Zulia. Ele foi destituído do cargo.

Em relação às próximas eleições convocadas pela ANC, as municipais que acontecerão no final do ano, os três principais partidos do MUD, Vontade Popular, de Leopoldo López, o Ação Democrática, de Henry Ramos Allup, e o Primeiro Justiça já anunciaram que não irão participar.
Ao que tudo indica, com as ações desesperadas para destituir Maduro do cargo, deixando de participar de ritos democráticos ao mesmo tempo em que acusa o executivo de ser uma ditadura, a oposição está cada vez mais sem forças e sem apoio entre os venezuelanos.

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