No último fim de semana, a um ano das próximas eleições presidenciais, o Ibope divulgou sua primeira pesquisa sobre a disputa eleitoral. Os resultados confirmam o já anunciado pelo Datafolha no início do mês: um a cada três brasileiros quer Lula presidente em 2018.

Em todos os cenários em que Lula aparece na disputa, lidera com mais de 35% das intenções de voto. Em segundo lugar, com menos da metade das intenções de voto do petista, aparece Jair Bolsonaro, com até 15%. Sem Lula na disputa, as intenções de voto em Bolsonaro não superam 18%, mesmo índice que obtém Marina Silva.

O Ibope utilizou seis diferentes cenários. No primeiro e mais completo, Lula lidera com 35% das intenções de voto, contra 13% de Jair Bolsonaro. Marina Silva obtém 8%, seguida por Alckmin e Luciano Huck, ambos com 5%, e, a seguir, aparecem João Doria, com 4%, e Ciro Gomes, com 3%. Ronaldo Caiado e Chico Alencar são mencionados por 1%,cada e Henrique Meirelles e João Amoedo não chegam a pontuar. Com todas essas opções de voto, 18% ainda votariam branco ou nulo e 5% não saberia em quem votar.

Considerando apenas os votos válidos, Lula teria 47% das intenções de voto, 30 pontos a mais que o segundo colocado, Jair Bolsonaro, com 17%. Marina receberia 11% dos votos válidos, Alckmin e Huck 7%, Dória 5% e Ciro 4%.

Sem Lula na disputa, quem herda a maior parte de seus votos é a ex-senadora Marina Silva, que passa a liderar, tecnicamente empatada com Jair Bolsonaro, ambos com 15% de intenções de voto. Huck ganha três pontos e passa a ter 8% da preferência na disputa, Ciro Gomes, ganha 4 pontos e empata tecnicamente com Alckmin, que ganha dois, ficando ambos com 7% das intenções de voto. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que substitui Lula no cenário, disputando pelo PT, obtém apenas 1% dos votos. Sem Lula na disputa, a intenção de voto em branco ou nulo cresce para 28% e 6% não saberia em quem votar.

Sem a candidatura de Luciano Huck e João Dória, ambos ainda sem partido definido, a variação é pequena. Doria e Huck ainda não possuem um eleitorado consolidado, com perfil definido, mas percebe-se que esse não é o eleitor de Lula, que permanece com 35% de votos. Os votos desses candidatos se distribuem equilibradamente entre Bolsonaro, que chega a 15%, Marina sobe para 11%, Alckmin alcança 7%, Ciro 5% e Álvaro Dias desponta com 3%.

Os votos de Luciano Huck e Alckmin não revertem para Dória, como era de se esperar. Ao contrário, é o candidato que menos capta esses votos. Com Luciano Huck e Alckmin fora da disputa, Lula aumenta um ponto, chegando a 36%, Bolsonaro cresce três e passa para 15%, assim como Marina, que passa para 11%. Ciro Gomes, ganha dois pontos, empatando com Dória, que cresce apenas 1%, e ambos alcançam 5%.

Sem Lula e sem Dória na disputa, Marina e Bolsonaro lideram empatados, ambos com 18%. Ciro Gomes supera Alckmin, o primeiro com 9% e o segundo com 8%. Álvaro Dias obtém 4% e Haddad fica com 2%, mesmo percentual que Chico Alencar. Nesse caso, a taxa de votos brancos e nulos chega a um terço do eleitorado (31%), além de 5% que não saberiam em quem votar.

No cenário sem Lula e sem Alckmin, Marina passa à liderança, com 19%, e Bolsonaro fica na segunda posição, com 17%. Ciro obtém seu melhor resultado, 11%, e abre distância sobre Dória, com 6%. Álvaro Dias mantem 4% e Haddad 2%. Nesse cenário, o voto branco ou nulo chega a 32%, e 5% não sabem em quem votar.

Apesar de as candidaturas ainda não estarem definidas, a pesquisa do Ibope aponta um segmento do eleitorado radicalizado à direita, em torno da candidatura de Jair Bolsonaro. Um centro-direita disperso, que oscila entre as candidaturas de João Dória, Luciano Huck, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e Henrique Meirelles. E uma clara e consistente parcela do eleitorado à esquerda, em torno da candidatura Lula. Sem ele, essa parcela do eleitorado se dilui entre Fernando Haddad e os candidatos centro-esquerda Marina Silva e Ciro Gomes, mas tende ao voto nulo.

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