Isolacionismo de Trump tira EUA da Unesco e ameaça acordo com Irã
Na última semana, duas medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçaram o afastamento do país do multilateralismo e seu consequente isolacionismo: o pronunciamento em que argumentou a favor da saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã e seu desligamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) a partir de dezembro próximo.
Na visão turva de Trump, o acordo com o Irã, firmado em 2015 durante a gestão de Barack Obama e que também envolveu Rússia, França, Alemanha, Reino Unido e China, não estaria trazendo benefícios para os EUA. O acordo prevê que, em troca do desmantelamento do programa nuclear do Irã, as pesadas sanções econômicas que lhes foram impostas deveriam diminuir até desaparecer. Trump criticava o acordo desde sua campanha eleitoral, e a tensão entre os dois países aumentou neste ano, com os testes de mísseis feitos pelos iranianos, que obtiveram como resposta novas sanções econômicas, abalando os pilares do que foi acordado.
O atual presidente do país persa, Hassan Rouhani, declarou descartar renegociações e que os mísseis são importantes para a defesa da sua pátria (um ponto compreensível, já que o Irã está localizado em uma região instável, rodeado por países alinhados aos EUA ou com forte presença deste, como a Arábia Saudita e o Afeganistão).
Em relação à saída da Unesco, o ataque ao multilateralismo fica ainda mais visível, pois trata-se de uma importante agência da maior organização internacional existente. Os motivos, segundo Trump, foram dois. O primeiro seria que a Unesco estaria adotando medidas contra Israel ao reconhecer e aceitar a Palestina como seu membro. Os Estados Unidos já haviam cortado apoio financeiro à instituição em 2011 por isso. O segundo motivo seria porque a Unesco possui contas atrasadas, sendo, portanto, financeiramente instável. Ambas ações se somam a outras que marcaram a tendência isolacionista do país, como o rechaço ao Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Parece que Trump, ao levar seu lema “American First” ao máximo, esquece que o mundo não é formado só pelos e para os estadunidenses.
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