Os indicadores de atividade econômica que vêm sendo divulgados nas últimas semanas (referentes ao mês de agosto) parecem apontar que a recuperação da economia brasileira deve ficar mesmo um pouco mais para a frente. De acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- PMS/IBGE (veja aqui), na passagem de julho para agosto o setor de serviços registrou um recuo de 1%, acumulando uma queda de 3,8% ao longo dos oito primeiros meses de 2017 e de 4,5% no período de doze meses.

Entre os diferentes segmentos que compõem o setor, o principal responsável pelo resultado negativo apurado em agosto (o pior desde 2012) foi o de serviços prestados às famílias, que despencou 4,8%, em grande medida por conta da retração do volume de serviços de alojamento e alimentação.  Embora para Roberto Saldanha, do IBGE, essa queda possa ser compreendida como um efeito estatístico pontual, decorrente da elevação muito intensa do segmento de alojamento e alimentação no mês anterior, cabe assinalar que o evento extraordinário e pontual talvez tenha sido justamente aquele aumento atípico no mês de julho e não a queda percebida em agosto. Em julho, muitas famílias tinham acabado de receber o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e provavelmente realizaram gastos em patamar superior ao usual.

De qualquer maneira, como o próprio coordenador da PMS do IBGE afirma em mensagem divulgada pelo podcast do IBGE, a persistência de números negativos nas atividades de serviços reforça o entendimento de que não há até aqui elementos que indiquem uma recuperação do setor. Infelizmente, como esse é o setor que tem o maior peso no PIB (73%) e que responde pela grande maioria dos postos de trabalho no país (67%), também para o conjunto da economia se vislumbra o prolongamento de um cenário de baixo dinamismo.

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