Relatório que livra Temer de denúncia é aprovado na CCJ da Câmara
A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania(CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira, o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que recomenda o não-prosseguimento da denúncia contra Temer por formação de organização criminosa e obstrução de justiça. O relatório vai ao plenário, onde 342 votos são necessários para que Temer seja investigado pelo Supremo Tribunal Federal. O resultado demonstra a blindagem de um governo que possui rejeição recorde perante a população, reforçando o fato de que o Congresso não tem responsabilidade nenhuma perante a opinião pública.
Se o resultado da CCJ se repetir no plenário, Temer só poderia ser investigado ao término do seu mandato. Na denúncia, feita pela Procuradoria-Geral da República, à época sob o comando do procurador Rodrigo Janot, o presidente golpista Michel Temer é acusado de formar uma organização criminosa com o grupo de deputados ou ex-deputados, denominado na denúncia de “PMDB da Câmara”, com nomes como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha. Na CCJ, estavam sob risco de investigação, além de Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, que possuem foro privilegiado.
A estratégia usada foi similar à votação da primeira denúncia: retirada de membros da CCJ contrários a Temer, barganha de cargos dentro da máquina pública e liberação de milhões em emendas parlamentares. Entre os partidos mais beneficiados estão aqueles do chamado Centrão, como PP, PTB e PRB, que haviam ensaiado não entregar o apoio a Temer. O presidente golpista também negocia manter beneficiados no programa de regularização tributária (Refis) ligados a parlamentares, perdoando dívidas que empresas têm com a União. Tais relações obscenas entre Temer e sua base, incluindo as mais diversas formas de compra de apoio, viraram corriqueiras e são tratadas com naturalidade pela imprensa e setores organizados da direita política que apoiam a agenda do golpe de desmonte do Estado brasileiro e de retirada de direitos dos trabalhadores.
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