O Presidente da Generalitat (governo catalão), Carles Puigdemont, apresentou ao Parlamento Regional na última terça feira, 10 de outubro, os resultados do plebiscito realizado no 1º de outubro. Cerca de 43% dos eleitores compareceram para votar, apesar da repressão, e 90% votaram à favor da independência.

Ao mesmo tempo em que apontava para a declaração da independência a ser votada no Parlamento, Puigdemont pediu a suspensão de seus efeitos para possibilitar um diálogo com o governo espanhol. Em seguida, assinou um documento com os partidos aliados afirmando que encaminhará a declaração de independência para ser votada em breve e não faz referência à suspensão de suas consequências.

O Presidente da Espanha, Mariano Rajoy, solicitou que Puigdemont esclarecesse até o dia 16 (segunda feira) se o governo catalão declarou ou não a independência da região. Em caso positivo, teria três dias para revogar esta decisão sob risco de intervenção federal, destituição do cargo e convocação de novas eleições regionais.

A truculência do governo espanhol contra o plebiscito catalão por meio de repressão policial para impedir a votação levou a mais de 900 feridos e azedou de vez a relação dos catalães com o governo central. Independente da opinião que se possa ter sobre a conveniência ou não das independências regionais na Espanha e em outros países europeus, o fato é que houve uma grave violação dos direitos humanos e da liberdade de expressão dos cidadãos da Catalunha.

Os que votaram foram majoritariamente favoráveis à independência, mas não é possível afirmar que esta seja a posição da maioria da população catalã. A relação da população da Catalunha com os partidos políticos nacionais, como o PP que está no governo e o PSOE que está na oposição, ambos contrários à independência, pode ter se esgarçado de vez. Estes partidos controlam os instrumentos legais e os poderes coercitivos que impedem o processo de avançar.

O PP, para conseguir o apoio do PSOE nas ações futuras do governo, se comprometeu a discutir a possibilidade de reformar a Constituição espanhola no tocante às autonomias regionais, o que evidentemente é pouco diante das pretensões catalães.

A posição mais sensata, é a do Partido Podemos, que propõe realizar um plebiscito institucionalizado com a possibilidade de campanhas a favor e contra a independência, o que daria outra qualidade política ao processo, em vez de simplesmente declarar se um plebiscito seria ilegal ou não.

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