Apesar de jovens mulheres constituírem a maioria da população universitária, a responsabilidade pelos afazeres domésticos ainda é assumida como feminina. É o que mostra artigo de Tania Tosta, a partir de Pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás, publicado na última edição da Revista Cadernos de Pesquisa.

A autora aponta que o crescimento da inserção de mulheres no trabalho remunerado não foi acompanhado por maior participação do homem na partilha do trabalho doméstico, nem por políticas públicas ou mudanças na organização produtiva que permitissem a conciliação entre estudo, trabalho e vida privada e familiar. Assim, quando a mulher não é a responsável pelo trabalho doméstico, ela delega a tarefa a outra mulher, familiar ou contratada. Quando a participação masculina ocorre, enquadra-se como “ajuda” e não como “obrigação” ou partilha.

A pesquisa mostra que, entre as estudantes universitárias, 40,4% assumem ser as principais responsáveis pelo trabalho doméstico, para 37,7% as responsáveis são as mães, para 11% são outras pessoas e para 6,2% são as trabalhadoras domésticas. Em contrapartida, os estudantes do sexo masculino deixam a responsabilidade principal para a mãe em 38,3% dos casos, 21,7% afirmam ser os responsáveis, para 15,7%, são outras pessoas, para 13,2%, são as trabalhadoras domésticas e, para 6,4%, as cônjuges. É o que mostra o gráfico abaixo, retirado do artigo.

Segundo a autora, há diferenças consideráveis nas respostas entre os estudantes brancos e negros do sexo masculino: 18,3% dos declarados brancos são os responsáveis pelas tarefas domésticas e 25,7% dos negros. Outro dado importante é que enquanto 19,2% dos brancos transferem o trabalho para um/a trabalhador/a doméstico/a, apenas 6,4% dos negros o fazem.

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