‘A estreita faixa amarela’ mostra dramas pessoais e existência opaca
Um homem desempregado cujo filho cruzou a fronteira rumo aos EUA consegue um bico de quinze dias como encarregado de uma empreiteira. Sua tarefa é liderar uma pequena equipe (mais quatro pessoas) que deverá pintar 200 km da faixa divisória de uma rodovia que cruza uma árida região do México.
Com uma espécie de carriola adaptada, completam o reservatório de tinta amarela e a pé seguem demarcando por debaixo do sol os traços longos que deverão guiar os motoristas eventuais que passam por aquele caminho inóspito.
A empreiteira que os contratou lhes provê apenas o mínimo. Falta água, dinheiro para a comida e para o combustível; sobram calor e quilômetros de asfalto. Assim se passam os dias, faixa amarela, faixa amarela, faixa amarela.
É o que basta para que fervam os cinco personagens.
Expostos ao limite por aquele trabalho precário, vão se deixando perder entre os dramas que cada qual traz consigo e as angústias que despontam daquela lida bruta. O resultado é um belo filme, simples e revelador da sociabilidade de milhões que são despejados às margens da produção capitalista e que, sem qualquer guia, estão sempre a um passo de cruzar a apagada faixa amarela.
FICHA TÉCNICA:
A estreita linha amarela (La delgada linea amarilla)
Ano: 2015
Direção/roteiro: Celso R. Garcia
País de origem: México
Onde assistir: Netflix
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