O número de pessoas com desnutrição crônica passou 777 milhões em 2015 para 815 milhões em 2016 (11% da população mundial), embora seja menor aos novecentos milhões registrados em 2000. Os dados constam em recente relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Organização Mundial da Saúde (OMS), Programa Mundial de Alimentos (PMA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Por outro lado, o excesso de peso e a obesidade aumentaram.

Esse aumento pode marcar uma mudança na tendência de queda da desnutrição crônica no mundo, pois desde o desde o início dos anos 2000 é a primeira vez que esse número cresceu. Segundo o relatório, os riscos à segurança alimentar e o agravamento da desnutrição têm relação direta com o número de conflitos no mundo, que também aumentou.

Quanto ao Brasil, o relatório aponta que a desnutrição no Brasil caiu de 4,5% da população em 2004 para menos de 2,5% em 2014-2016. Por outro lado, 15,3% dos brasileiros eram obesos em 2005, cifra que cresceu para 20,8% em 2014; entre os adultos de mais de 18 anos, essa cifra variou de 19,0% para 29,9% no mesmo período. No início do século, em torno de 27% das mulheres brasileiras em idade fértil sofriam de anemia. Também aumentou a prevalência de bebês que exclusivamente mamam até os cinco meses de idade de 53,6% dos bebês em 2005 para 64,3% em 2015.