“Quando eu receber o meu título de doutorado, ele será um título meu e seu, Lula”. Assim a jovem estudante Fátima, doutoranda da USP, concluiu seu emocionante depoimento no debate O que é preciso fazer quando a miséria e a fome voltam a crescer no Brasil, que marcou o lançamento da iniciativa Brasil que o povo Quer, nesta quinta-feira em São Paulo.

Transmitido ao vivo, o debate reuniu dirigentes do Partido dos Trabalhadores e ativistas dos movimentos sociais para apresentar uma plataforma digital que possibilitará à população brasileira participar da construção de um novo programa para o Brasil, a partir da discussão de grandes temas com estudiosos e a direção do PT.

Nascida na região do Semiárido do Ceará, Fátima foi beneficiária de uma série de políticas públicas que compunham o plano Brasil sem Miséria, desde o Bolsa Família e o Projeto Cisternas, que ajudaram a população pobre de sua região a vencer a fome, até a graduação na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afrobrasileira (Unilab), criada em cooperação com os países de Língua Portuguesa durante a primeira gestão do PT na Presidência. Seus pais não tiveram acesso a educação e Fátima é primeira da família a entrar na universidade. “Isso é fruto da interiorização das universidades públicas posta em prática pelos governos Lula e Dilma”, afirmou.

Para ela, não se combate a fome com uma ação localizada, e sim com um conjunto de políticas públicas como aquele que os governos Lula e Dilma fizeram. “Quando entrei na USP, ouvi muitos dizerem que as mudanças ocorridas no Brasil não foram tão grandes, foram apenas acesso ao consumo.  É muito simples quando desde cedo se tem acesso a tudo falar que quase nada mudou neste governo. Na minha vida houve uma revolução. E ela impulsiona uma revolução na vida da minha família, pois a partir de mim eles terão uma qualidade de vida maior”, disse.

Sobre a defesa da meritocracia e as críticas ao Bolsa Família, Fátima citou o pensador Josué de Castro. “A fome é uma criação humana. As pessoas não passam fome ou vivem na pobreza por culpa delas, e o discurso meritocrático é muito isso. Não adianta você se esforçar e não ter oportunidade”.

Ela também conclamou o público a defender a Unilab e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que hoje passam por um desmonte promovido pelo governo golpista de Michel Temer. “São ataques racistas contra a integração latino-americana e com os países da África. Precisamos nos juntar em defesa desses projetos, que concretizam uma luta histórica contra a descolonização do poder e do saber”.

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