O plenário do Supremo Tribunal Federal rejeitou, em decisão unânime, o pedido de suspeição impetrado pela defesa do presidente Michel Temer contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os nove ministros que estavam presentes votaram pela continuidade de Janot à frente dos processos. Os dois ausentes foram Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso. Ainda será julgado o pedido da defesa para que novas denúncias só sejam apresentadas após o esclarecimento sobre a delação da JBS, incluindo o julgamento sobre uma suposta invalidade das provas obtidas pela PGR. A alegação da defesa de Temer era de que o procurador-geral Rodrigo Janot agiu com parcialidade e por motivações pessoais contra o presidente, fato este rejeitado pelos ministros. De acordo com Edson Fachin, que já havia negado a suspeição em agosto, não há indício de inimizade pessoal de Janot para com Temer. Já para o ministro Ricardo Lewandowski, Janot agiu “dentro do âmbito de sua competência para denunciar o presidente”. Para retaliar Janot, a base aliada do governo Temer deve convocar para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS, presidida por Carlos Marun (PMDB-MS), conhecido aliado de Cunha e Temer, o procurador Angelo Vilela, preso após a delação do grupo empresarial e acusado de venda de informações sigilosas das investigações. Com o resultado, a expectativa fica para a denúncia, que deve ser apresentada em breve pela Procuradoria Geral da República contra Temer por obstrução de justiça e chefiar formação criminosa, no que se refere à participação do presidente na compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, conforme mostrado pelos áudios de Joesley Batista com Temer no palácio do Jaburu. Qualquer denúncia feita deve passar novamente pelo crivo do Congresso Nacional. O mandato de Janot à frente da PGR se encerra no dia 17 de setembro, e Rachel Dodge, escolhida por Temer, tomará posse.

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